Lula defende Mais Médicos e relação com Cuba após sanção dos EUA
Petista pediu fim do bloqueio americano contra país caribenho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (14) o programa "Mais Médicos", implementado no país sul-americano desde 2013 em cooperação com o governo cubano, interrompido por Jair Bolsonaro (2019-2022) e relançado durante o terceiro mandato do petista, iniciado em 2023.
A declaração foi dada durante evento em Goiana, no estado de Pernambuco, um dia após o Departamento de Estado dos EUA anunciar a retirada de vistos de funcionários públicos de diversos países, incluindo o Brasil, em conexão com o programa de missões médicas cubanas.
Entre os funcionários cujos vistos foram revogados pelos EUA está Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde do Brasil, citado hoje por Lula, conforme reportagem da Agência Brasil.
"O fato deles caçarem o Mozart foi por causa de Cuba. Então, é importante eles saberem que a nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos", declarou o petista.
Segundo Lula, atualmente, Cuba passa necessidade, em "um bloqueio que não há nenhuma razão".
"Os Estados Unidos fez uma guerra, perdeu. Aceite que perdeu e deixe os cubanos viverem em paz, deixe os cubanos viverem a sua vida. Não fiquem querendo mandar no mundo", afirmou o presidente brasileiro.
Os EUA impõem, há mais de 60 anos, um duro bloqueio econômico à ilha caribenha com o objetivo de mudar o regime político do país, estabelecido após a Revolução de 1959.
Em seu discurso, Lula também explicou que a criação do Mais Médicos foi necessária para cobrir os vazios assistenciais que existem no país.
"Quando nós criamos o Mais Médicos, qual era a bronca dos médicos [que criticaram a participação dos cubanos]? É que tem uma parte elitista da saúde nesse país que acha que não falta médico. Agora, os prefeitos sabem que falta médico. Mesmo para levar para a periferia mais violenta, é difícil você ter médico que quer ir. Tem prefeito que não pode nem pagar o salário de médico porque ninguém quer ficar confinado numa cidadezinha do interior, se o cara pode estar na capital", disse Lula.
Por fim, destacou que "é preciso que a gente tenha a noção da parte do Brasil que não precisa [de médicos] e da parte que precisa. E é o governo que tem que tomar a decisão".