Justiça americana anuncia descoberta de 'mais de um milhão de documentos' adicionais do caso Epstein
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta quarta, a descoberta de "mais de um milhão de documentos" possivelmente relacionados ao caso Epstein
O Departamento de Justiça dos EUA anunciou a descoberta de mais de um milhão de documentos adicionais relacionados ao caso Epstein, gerando pressão para maior transparência devido às conexões com Donald Trump e críticas sobre ocultação de informações.
Um promotor de Nova York e a Polícia Federal "informaram ao Departamento de Justiça que descobriram mais de um milhão de documentos adicionais potencialmente ligados ao caso Epstein". A informação foi revelada em uma mensagem publicada na quarta-feira na rede social X.
"Nossos advogados trabalham incansavelmente para revisar os documentos adicionais e fazer as alterações necessárias para proteger as vítimas. Publicaremos os arquivos o mais rápido possível", assegurou o Departamento de Justiça, comandado por aliados do presidente Donald Trump. "Devido à enorme quantidade de material, isso pode levar ainda várias semanas", alertou o órgão.
The US Attorney for the Southern District of New York and the FBI have informed the Department of Justice that they have uncovered over a million more documents potentially related to the Jeffrey Epstein case. The DOJ has received these documents from SDNY and the FBI to review…
— U.S. Department of Justice (@TheJusticeDept) December 24, 2025
A administração americana, pressionada pelo Congresso, começou na sexta-feira (19) a divulgar gradualmente dezenas de milhares de fotos e documentos relacionados ao criminoso sexual Jeffrey Epstein, morto na prisão em 2019 antes de ser julgado em Nova York por exploração sexual de menores.
Acusações de censura
O governo Trump foi acusado pela oposição democrata de ocultar informações, após divulgar apenas parte do vasto dossiê, com tarjas de censura em várias fotos. Uma lei aprovada pelo Congresso, com apoio de democratas e republicanos, obriga o governo a publicar integralmente o dossiê.
Os parlamentares haviam fixado 19 de dezembro como prazo final para a divulgação. O caso constrange o governo americano devido aos elos entre Donald Trump e Jeffrey Epstein.
Na terça-feira (23), uma segunda leva de documentos foi publicada. Os primeiros arquivos revelaram a impressionante rede de contatos de Jeffrey Epstein, que, segundo as autoridades, se suicidou na prisão.
Eles também trouxeram detalhes sobre a relação do financista com Donald Trump. Entre os documentos, um e-mail de um investigador indica que o republicano teria viajado oito vezes no avião particular de Epstein, entre 1993 e 1996.
O presidente americano, de 79 anos, nunca foi acusado de atos criminosos relacionados ao caso. No entanto, tentou impedir a divulgação do dossiê, gerando incompreensão inclusive entre apoiadores de sua base "MAGA" (sigla para Make America Great Again).
Com AFP