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Índia tem protestos após casos de estupro infantil que chocaram o país

13 abr 2018 - 10h15
(atualizado às 10h54)
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Por Roli Srivastava e Anuradha Nagaraj

Pessoas levantam cartazes durante protesto contra estupros recentes em Mumbai, na Índia 13/04/2018 REUTERS/Francis Mascarenhas
Pessoas levantam cartazes durante protesto contra estupros recentes em Mumbai, na Índia 13/04/2018 REUTERS/Francis Mascarenhas
Foto: Reuters

MUMBAI/CHENNAI (Thomson Reuters Foundation) - Protestos irromperam em toda a Índia depois que policiais e um político foram mencionados separadamente em conexão com dois casos não relacionados de estupro infantil que agora estão sob investigação.

Causaram revolta os detalhes divulgados pela polícia sobre o estupro de uma menina de 8 anos que foi sequestrada, sedada e violada por um grupo em um templo hindu de Kathua, em Jammu e Caxemira, Estado do norte indiano.

Os perpetradores a mantiveram durante dias, e depois a assassinaram e se desfizeram de seu corpo na floresta, informou a polícia.

Um ex-funcionário do governo e um policial que estava investigando a queixa dos pais sobre sua filha desaparecida são citados no formulário de acusação da polícia.

Outros são acusados de tentarem acobertar o crime, e quatro policiais foram presos até agora, disse Deepika Singh Rajawat, advogado que representa a família da vítima.

Em outro caso, um homem morreu nesta semana sob custódia da polícia depois de acusar um parlamentar do partido governista Bharatiya Janta do Estado de Uttar Pradesh de ter sequestrado e estuprado sua filha de 16 anos nove meses atrás.

A polícia não investigou as alegações contra Kuldeep Singh Sengar, membro da legislatura estadual, mas o Escritório Central de Investigação da Índia assumiu o caso na quinta-feira.

Sengar negou envolvimento, mas o caso ajudou a consolidar um movimento que pede justiça para as vítimas de estupro.

"Os dois casos abalaram a consciência da nação, abalaram os corações e as almas das pessoas", disse Feroze Mithiborwala, organizador de um protesto em Mumbai nesta sexta-feira.

Rahul Gandhi, presidente do Congresso, o maior partido oposicionista do país, liderou uma marcha com velas na noite de quinta-feira em Nova Déli.

Grupos de cidadãos estão planejando novas manifestações em Nova Déli, Hyderabad, Chennai e Kolkata nos próximos dois dias, e milhares de pessoas foram às redes sociais pedir justiça para as vítimas.

A violência sexual continua sendo um tabu na Índia, e os sobreviventes temem sofrer estigmas ou retaliações se denunciarem ataques.

Mas o número de casos registrados pela polícia vem crescendo constantemente desde a revolta nacional provocada pelo estupro e o assassinato coletivo de uma estudante em um ônibus em Nova Déli em 2012.

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