Grupo dissidente das FARC faz ameaça caso soberania da Colômbia seja violada pelos EUA
Declaração foi feita neste sábado, 25, após anúncio de Trump de ofensiva terrestre contra cartéis na América Latina
O maior grupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) afirmou que deve responder às ações dos Estados Unidos caso a "soberania" do país seja violada. O pronunciamento foi feito neste sábado, 25, após o anúncio do presidente Donald Trump de operações contra cartéis de drogas que atuam na Venezuela e na Colômbia.
Os rebeldes do Estado-Maior Central (EMC), que se retiraram do acordo de paz firmado em 2016 entre o governo e as FARC, alertaram que vão lutar caso a ofensiva aconteça.
"Estamos acostumados a lutar e combater quem quer que seja; sempre fomos ferrenhos opositores do império americano", afirmaram os integrantes do EMC em um texto compartilhado em um bate-papo com jornalistas.
"Não permitiremos intervenções militares e violações da soberania colombiana."
Os rebeldes da EMC controlam a produção de cocaína em regiões da Colômbia, como Catatumbo, na fronteira com a Venezuela.
O grupo é liderado por Iván Mordisco, considerado o criminoso mais procurado do país e comparado pelo presidente do país, Gustavo Petro, a Pablo Escobar.
As forças estadunidenses mantêm uma ofensiva no Caribe e no Pacífico contra narcotraficantes, que, segundo o presidente republicano, devem entrar em uma fase de ataques terrestres.
Em meio a tensões com o presidente colombiano, Trump instou a Colômbia esta semana a "fechar" as plantações de coca, a matéria-prima da cocaína. O presidente dos EUA também chama sua contraparte colombiana de "líder do narcotráfico" e, na sexta, 24, impôs sanções financeiras a ele por supostamente permitir o tráfico de drogas.
Bogotá interpretou as declarações como uma ameaça de ataque ao território. Em entrevista na quinta, 23, Petro enfatizou que "qualquer agressão terrestre é uma invasão e uma violação da soberania nacional". /AFP