Flotilha pró-Palestina rumo a Gaza alega ataque de drones; Itália envia escolta naval militar
Uma flotilha pró-palestina composta por ativistas internacionais, navegando em direção à Faixa de Gaza com o objetivo de entregar ajuda humanitária, afirmou nesta quarta-feira (24) ter sido alvo de um ataque coordenado de "múltiplos drones" perto da costa da Grécia. O incidente, que teria provocado explosões e danos em algumas embarcações, mobilizou o governo italiano a enviar uma fragata militar para garantir a segurança dos seus cidadãos.
Uma flotilha pró-palestina composta por ativistas internacionais, navegando em direção à Faixa de Gaza com o objetivo de entregar ajuda humanitária, afirmou nesta quarta-feira (24) ter sido alvo de um ataque coordenado de "múltiplos drones" perto da costa da Grécia. O incidente, que teria provocado explosões e danos em algumas embarcações, mobilizou o governo italiano a enviar uma fragata militar para garantir a segurança dos seus cidadãos.
Enquanto isso, a operação militar de Israel se intensificava na Faixa de Gaza, com a Defesa Civil palestina reportando a morte de pelo menos 40 palestinos nesta quarta-feira em decorrência de bombardeios.
A flotilha Global Sumud, que busca "romper o bloqueio israelense" ao território palestino e "abrir um corredor humanitário", denunciou um ataque ocorrido na noite de terça para quarta-feira, alegando que foram ouvidas mais de 10 explosões ao redor dos barcos.
Segundo o grupo, foram lançados "múltiplos drones, objetos não identificados" e as comunicações foram bloqueadas. Ativistas reportaram danos provocados por esses "objetos não identificados" sobre o convés. O deputado polonês Franek Sterczewski, que viaja em uma das embarcações, afirmou na rede X que 13 ataques foram registrados contra um total de dez barcos, incluindo o seu. Outra ativista, Yasemin Acar, de origem curda e alemã, afirmou no Instagram que cinco barcos foram atacados, enfatizando que a missão leva "só ajuda humanitária" e "não temos armas, não representamos ameaça alguma". Um vídeo divulgado mostra uma explosão, alegadamente filmada do barco "Spectre".
Em resposta à gravidade das alegações, o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, autorizou o envio imediato da fragata Fasan da marinha militar, que navegava ao norte de Creta, para a zona de risco, visando "eventuais operações de socorro". Cerca de sessenta italianos, incluindo quatro parlamentares, estão a bordo. Crosetto expressou sua "condenação mais firme" diante do que classificou como um ataque conduzido por drones de "origem desconhecida no momento".
A diplomacia italiana, por sua vez, solicitou a Israel que assegurasse a segurança da flotilha, lembrando que as embarcações se encontram em águas internacionais.
Greta Thunberg e Thiago Ávila
A flotilha, integrada por cerca de 50 barcos, transportando ativistas de 45 países, partiu de Barcelona com o objetivo de entregar ajuda ao território devastado. Entre as personalidades a bordo estão a ambientalista sueca Greta Thunberg, a atriz francesa Adèle Haenel e o ativista brasileiro Thiago Ávila.
Os organizadores declaram que o movimento busca "pôr fim ao genocídio em curso do povo palestino" no contexto da guerra entre Israel e o Hamas.
O grupo já havia denunciado ataques com supostos drones perto da Tunísia em 9 de setembro. Israel, que anunciou na segunda-feira que não permitiria a chegada da flotilha a Gaza, propôs que os barcos atracassem em Ashkelon. Tentativas anteriores, em junho e julho, já haviam sido bloqueadas ou repelidas por Israel.
Apesar das alegações de ataque, os ativistas declararam que "Não nos intimidarão".
Apesar do forte relato dos ativistas, a Guarda Costeira grega informou à AFP que uma lancha de patrulha da agência de fronteiras da União Europeia (Frontex) se aproximou de uma das embarcações e não observou nenhum indício de danos. Uma porta-voz afirmou que o veleiro estava em boas condições, e embora os tripulantes tenham mencionado o incidente, "não foi determinado que tivesse ocorrido". A Frontex, sediada em Varsóvia, não confirmou nem desmentiu o incidente.
Ataques israelenses se intensificam em Gaza
O incidente ocorre em meio à intensificação da operação militar israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza. A Defesa Civil, que opera sob a autoridade do Hamas, relatou que 40 pessoas morreram na quarta-feira em bombardeios que atingiram a Cidade de Gaza e o sul do território, incluindo áreas entre Rafah e Khan Yunis.
O balanço de vítimas inclui 22 mortes registradas no bombardeio contra um armazém perto do mercado Firas, no leste da Cidade de Gaza, onde dezenas de pessoas estavam refugiadas. Um correspondente da AFP observou corpos, incluindo os de crianças pequenas, sendo retirados dos escombros. Mohamed Hajjaj, que perdeu parentes, descreveu "bombardeios intensos" e a visão de "crianças e mulheres destroçadas".
O Exército israelense, que advertiu na sexta-feira passada que atacaria a Cidade de Gaza com uma "força sem precedentes", afirmou estar verificando as informações sobre as vítimas. Devido às restrições no território, a AFP não pode verificar de maneira independente as informações divulgadas pelas partes.
(Com AFP)