PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Europa

Reunião do Eurogrupo termina sem acordo sobre a Grécia

A Grécia declarou que a proposta era "absurda" e "inaceitável". A zona do euro quer que Atenas aceite uma prorrogação de seu plano de resgate, pelo qual recebeu 240 bilhões de euros desde 2010 em troca de drásticas reformas

16 fev 2015 - 19h12
(atualizado às 20h26)
Compartilhar
Exibir comentários
Gregos se reúnem em frente ao parlamento durante uma manifestação pró- governo em Atenas
Gregos se reúnem em frente ao parlamento durante uma manifestação pró- governo em Atenas
Foto: Louisa Gouliamaki / AFP

A reunião de ministros das Finanças da zona do euro, destinada a encontrar uma solução para as demandas da Grécia, que pede o fim das políticas de austeridade, terminou nesta segunda-feira (16) sem acordo, mas o ministro da Economia grego, Yanis Varoufakis, se disse confiante em chegar a um denominador comum nos próximos dias.

"A reunião está terminada", resumiu uma fonte diplomática, logo após Atenas rejeitar uma proposta de declaração apresentada pelo presidente do Eurogrupo, que considerou "absurda" e "inaceitável".

Poucos minutos depois, foi convocada uma coletiva de imprensa final.

"É muito claro que o próximo passo deve vir das autoridades gregas e, em vista do calendário, podemos usar esta semana, mas é mais ou menos tudo possível”, declarou na coletiva o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em alusão a um ultimado dado a Atenas para que peça ainda esta semana uma prorrogação de seu programa de resgate financeiro.

"Não há uma alternativa ao pedido de uma prorrogação", acrescentou o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

Os 19 ministros das Finanças da zona do euro se reuniram em Bruxelas em busca de um acordo para depois de 28 de fevereiro, quando se conclui o plano de resgate da UE.

A zona do euro insiste em que Atenas aceite uma prorrogação de seu plano de resgate, pelo qual recebeu 240 bilhões de euros desde 2010 em troca de drásticas reformas, algumas que ainda precisam ser concluídas, antes de começar uma discussão sobre a "flexibilidade" que a Grécia possa ter nas condições atuais.

Mas o novo governo grego quer por um fim às políticas de austeridade impostas por seus credores: a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional.

Atenas propõe, segundo uma fonte com acesso às negociações, "emendar o programa atual e um período de transição de seis meses, ou seja, estender uma ponte financeira para se manter na superfície, acompanhado de reformas propostas pelo governo e não impostas por seus credores, deixando de lado as que são consideradas mais antissociais".

"A insistência de algumas pessoas em pedir ao novo governo grego para aplicar o plano de resgate é absurdo e inaceitável e, nestas circunstâncias, não pode haver acordo esta noite", disse uma fonte governamental grega momentos após o fim do encontro em Bruxelas.

Apesar do fracasso da reunião desta segunda-feira, o ministro da Economia grego, Yanis Varoufakis, se disse confiante em alcançar um acordo com seus parceiros da zona do euro nos próximos dois dias.

"Não tenho dúvidas de que nas próximas 48h encontraremos as palavras para um acordo”, disse Varoufakis durante coletiva de imprensa depois que os 18 parceiros da Eurozona pediram à Grécia para prosseguir com o programa atual de empréstimos e reformas que Atenas repudia.

O novo governo de esquerda radical, escolhido nas eleições de 25 de janeiro, pede a parceiros da Grécia mais tempo para preparar seu próprio plano de reformas e um acordo 'ponte' que lhe torne possível se financiar.

Sem um acordo, a Grécia, que tem que pagar pela emissão de sua dívida um rendimento muito elevado, ficará sem financiamento, o que poderá empurrá-la para fora da zona do euro.

No pior dos casos, uma saída caótica do euro - popularmente denominada de "Grexit" - poderia por em xeque todo o projeto de união monetária, embora analistas afirmem que esta possibilidade é menos provável agora do que na crise que o país enfrentou há quatro anos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade