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Europa

ONU faz apelo à retirada em massa de pessoas que fogem da Líbia

1 mar 2011 - 17h04
(atualizado às 18h37)
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A agência de refugiados da ONU e um grupo internacional de migração fizeram nesta terça-feira um apelo urgente para a retirada em massa de milhares de pessoas que se dirigem à Tunísia fugindo da revolta na Líbia.

"A Organização Internacional para a Migração e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados fazem um apelo urgente aos governos para uma ajuda à retirada humanitária em massa de milhares de egípcios e de cidadãos de outros países que fogem para a Tunísia da Líbia", afirmaram as duas agências em um comunicado.

Observaram que mais de 75 mil pessoas cruzaram a fronteira com a Tunísia desde 19 de fevereiro, e que mais 40 mil aguardam do lado líbio para entrar na Tunísia.

"As duas organizações consideram esta operação essencial, num momento em que a superlotação da fronteira piora a cada hora", afirmaram.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP
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