'Não é hora de mudar de presidente': após pedir demissão, premiê francês defende permanência de Macron
O ex-primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, que pediu demissão na segunda-feira (6), declarou na noite de quarta-feira (8) que a futura equipe governamental, "seja qual for", deverá estar "completamente desconectada das ambições presidenciais para 2027". Ele também defendeu a permanência de Emmanuel Macron no cargo de presidente, em resposta às declarações de políticos da oposição que pedem a demissão do chefe de Estado.
O ex-primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, que pediu demissão na segunda-feira (6), declarou na noite de quarta-feira (8) que a futura equipe governamental, "seja qual for", deverá estar "completamente desconectada das ambições presidenciais para 2027". Ele também defendeu a permanência de Emmanuel Macron no cargo de presidente, em resposta às declarações de políticos da oposição que pedem a demissão do chefe de Estado.
Lecornu, que ficou menos de um mês no cargo, justificou sua demissão alegando que "as condições não estavam reunidas" para seguir no posto, e reiterou que não busca manter-se na função: "Não estou correndo atrás desse cargo", disse durante entrevista ao jornal das 20h da emissora pública France 2.
Para ele, o foco agora deve estar em formar uma nova equipe governamental capaz de "arregaçar as mangas" e enfrentar os desafios do país, sem se deixar contaminar pelas ambições eleitorais futuras.
O agora ex-primeiro-ministro se reuniu por mais de uma hora com Macron ao fim de um dia de negociações. O presidente havia dado a Lecornu um prazo de 48 horas para conduzir "negociações finais" com o objetivo de definir "uma plataforma de ação e estabilidade para o país", segundo o Palácio do Eliseu. "Esta noite, considero que minha missão está encerrada", afirmou Lecornu.
Ao anunciar o fim de sua missão como primeiro-ministro, Sébastien Lecornu fez questão de reforçar a importância da estabilidade institucional em meio à crise política francesa. "Não é hora de mudar de presidente da República", afirmou, sinalizando que, apesar de sua saída, a liderança de Emmanuel Macron deve ser preservada até 2027.
Novo premiê pode ser nomeado "nas próximas 48 horas"
Segundo ele, as condições parecem estar reunidas para que Macron possa nomear um novo chefe de governo antes do final desta semana. "Disse ao presidente da República que as perspectivas de dissolução [da Assembleia] se afastaram e que penso que a situação permite ao presidente nomear um primeiro-ministro nas próximas 48 horas", declarou.
Após uma série de consultas com partidos políticos — das quais o Reunião Nacional, da extrema direita, e a França Insubmissa, da esquerda radical, se recusaram a participar — Lecornu acredita que há uma maioria na Assembleia Nacional que rejeita a dissolução, o que evitaria novas eleições legislativas.
"Acredito que ainda há um caminho possível para construir um governo sem recorrer à dissolução da Assembleia Nacional", insistiu.
Durante a entrevista, Lecornu também comentou sobre a reforma da aposentadoria, classificando-a como "um dos assuntos mais difíceis" enfrentados durante seu mandato. Ele alertou que suspender a polêmica reforma, como pede uma parte da oposição, poderia custar ao menos € 3 bilhões aos cofres públicos.