Londres reitera uso de armas químicas na Síria, mas reluta em enviar armas
A Grã-Bretanha não está disposta a armar a oposição síria, apesar da decisão do governo americano nesse sentido, mas cogita criar uma zona de exclusão aérea ou alguma outra medida, disse nesta sexta-feira um porta-voz do primeiro-ministro britânico, David Cameron.
"Nada está fora da mesa", disse o porta-voz, quando questionado sobre o apoio britânico a uma eventual zona de exclusão aérea. "Nenhuma decisão foi tomada (sobre armar os rebeldes). Estamos em discussões urgentes com nossos parceiros internacionais."
Cameron discutiria o conflito sírio com o presidente dos EUA, Barack Obama, num telefonema nesta sexta-feira, segundo o porta-voz. Ele também deve receber, no próximo domingo, o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir situação na Síria.
Em nota divulgada também na sexta-feira, o chanceler britânico, William Hague, disse concordar com a avaliação norte-americana de que as forças leais ao governo sírio usaram armas químicas no conflito, incluindo o gás sarin.
"O Reino Unido apresentou indícios de uso de armas químicas na Síria à investigação da ONU, e estamos trabalhando com nossos aliados para obter mais e melhores informações sobre a situação no terreno", disse Hague em nota. "Condenamos o deplorável fracasso do regime Assad em cooperar com a missão investigativa."
O chefe da diplomacia britânica disse que a crise exige uma resposta "forte, decidida e coordenada" da comunidade internacional. Hague afirmou que era preciso "fazer mais para salvar vidas" e pressionar Assad para que aceite "negociar seriamente".
O ministro disse ainda que é preciso fazer um esforço para impedir o aumento do radicalismo e do terrorismo e impedir que Assad utilize armas químicas "contra sua própria população". "Estivemos trabalhando com nossos aliados para obter mais e melhores informações sobre a situação no terreno. Condenamos o deplorável fracasso do regime de Assad em cooperar com a missão investigadora (da ONU)", acrescentou.
Segundo Hague, o assunto será abordado durante a cúpula do G8 (países ricos e Rússia) que será realizada semana que vem na Irlanda do Norte. O ministro se reuniu na quarta-feira em Washington com o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, para discutir a situação síria. O Reino Unido reconheceu a Oposição Nacional Síria como porta-voz legítimo do povo sírio, mas ainda não decidiu se irá fornecer armas aos rebeldes.
O ministro fez a declaração depois que o governo dos Estados Unidos denunciou que o governo sírio tinha utilizado armas químicas, entre elas o gás sarin, no conflito civil que há mais de dois anos castiga o país árabe. O conselheiro adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, anunciou ontem apoio aos rebeldes.
Com informações das agências internacionais