Dinamarca corta emissões de nitrogênio da pecuária e agricultura para recuperar ecossistemas marinhos
O governo da Dinamarca anunciou um acordo para reduzir em 9.600 toneladas anuais as emissões de nitrogênio provenientes da agricultura, com o objetivo de recuperar os ecossistemas costeiros glaciais marinhos do país. Essas emissões têm origem principalmente na pecuária intensiva, já que o gado libera nitrogênio por meio das fezes e da urina, que se transformam em amônia e nitratos.
A medida prevê quotas individuais para agricultores a partir de 2027, ajustadas conforme a capacidade dos ambientes aquáticos e esforços de conversão de terras em áreas naturais. Pesquisadores alertam que seriam necessárias 14.800 toneladas de cortes anuais para restaurar plenamente a qualidade da água.
O acordo para reduzir as emissões de nitrogênio provenientes da agricultura tem como objetivo recuperar os ecossistemas marinhos dos fiordes — braços de mar formados em vales glaciais inundados, típicos da Escandinávia, com águas profundas e paredões rochosos.
A Dinamarca, que já havia se destacado ao criar uma taxa de carbono sobre a pecuária, pretende cortar 9.600 toneladas de emissões anuais por meio de um sistema de quotas.
Fezes e urina do gado
Essas emissões têm origem principalmente na produção pecuária intensiva: o gado libera nitrogênio por meio das fezes e da urina, que se transformam em amônia e nitratos. Quando usados em excesso como fertilizantes ou acumulados em solos e pastagens, esses compostos são levados pela chuva para rios e mares.
O resultado é a eutrofização — excesso de nutrientes que provoca a desoxigenação da água e a morte de fauna e flora marinhas.
Segundo o instituto estatístico nacional, 61% da superfície dinamarquesa é cultivada, proporção que coloca o país ao lado de Bangladesh como o território com maior uso agrícola.
A Agência de Meio Ambiente da Dinamarca estima que 7.500 km² — cerca de 17% da área do país — sofrem com a desoxigenação das águas. Pesquisadores calculam que seria necessário reduzir 14.800 toneladas anuais de nitrogênio para restaurar a qualidade da água.
Com AFP