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Estados Unidos

EUA e Cuba realizarão segunda rodada de conversações para normalizar relações

27 fev 2015 - 09h11
(atualizado às 10h38)
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Autoridades cubanas e norte-americanos se reunirão em Washington nesta sexta-feira para uma segunda rodada de negociações destinadas a restabelecer as relações diplomáticas, em meio a atritos sobre a presença de Cuba em uma lista de patrocinadores do terrorismo elaborada pelos Estados Unidos.

Jornalista em frente a tela anunciando rodada de negociação entre Cuba e EUA, em Havana. 22/01/2015
Jornalista em frente a tela anunciando rodada de negociação entre Cuba e EUA, em Havana. 22/01/2015
Foto: Stringer / Reuters

As conversações de um dia, lideradas por ex-diplomatas, decorrem da decisão anunciada em 17 de dezembro pelos dois inimigos da época da Guerra Fria de buscar a normalização das relações, incluindo a abertura das respectivas embaixadas nos dois países e troca de prisioneiros. Os EUA romperam relações diplomáticas com Cuba há 54 anos.

Cuba, governada por um regime comunista, está pressionando os Estados Unidos para removê-la da sua lista de terrorismo antes da restauração oficial das relações diplomáticas. O governo do país diz que as sanções contra bancos que fazem negócios com países enquadrados na lista impedem Cuba de conduzir assuntos diplomáticos nos Estados Unidos.

A administração Obama está em fase de conclusão da revisão do lugar de Cuba na lista de patrocinadores de terrorismo, que deve ser encaminhada ao Congresso para que se possa remover o país, disse a jornalistas um alto funcionário do Departamento de Estado, na quarta-feira.

Mas, segundo sugeriu o funcionário, o restabelecimento das relações diplomáticas não dependerá da lista sobre o terrorismo, embora a insistência de Cuba sobre a ligação entre as duas coisas possa atrasar a abertura de embaixadas.

Apesar de reconhecer o problema bancário, as autoridades dos EUA dizem que as conversações devem ater-se a questões específicas da regularização das funções das embaixadas.

Washington quer que os diplomatas norte-americanos tenham liberdade para se movimentar como quiserem por toda a ilha e se encontrar com quem desejarem, incluindo dissidentes políticos.

"Ambas as partes têm de ir para a mesa com o espírito de chegar a um acordo sobre essas coisas, e não colocar no caminho obstáculos que não estejam ligados diretamente à forma como nós atuamos como diplomatas nos países uns dos outros”, afirmou o funcionário do Departamento de Estado.

As negociações desta sexta-feira dão continuidade a uma primeira rodada em Havana, no mês passado, e funcionários norte-americanos advertiram que o tom poderá ser mais prático.

Os Estados Unidos esperam chegar a um acordo sobre a reabertura das embaixadas antes da cúpula de líderes regionais em 10 e 11 de abril, no Panamá, onde o presidente dos EUA, Barack Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, poderão encontrar-se pela primeira vez desde o anúncio conjunto de retomada de relações, feito em dezembro.

Os dois países realizam atualmente negócios via seções de Interesses em Havana e Washington. Cuba diz que enfrenta problemas bancários com os EUA desde que o banco norte-americano que representa o país abandonou a função no ano passado e o governo cubano não conseguiu encontrar um substituto.

O país foi enquadrado na lista de patrocinadores do terrorismo em 1982, por ter ajudado grupos insurgentes marxistas durante a Guerra Fria, mas atualmente está colaborando com o processo de paz entre a guerrilha colombiana Farc e o governo da Colômbia.

(Reportagem adicional de Daniel Trotta em Havana e Warren Strobel em Washington)

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