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Enzima manipulada que devora plástico representa promessa no combate à poluição

17 abr 2018 - 10h12
(atualizado às 15h57)
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Cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos anunciaram a criação de uma enzima devoradora de plástico que no futuro poderá ajudar no combate à poluição.

Lixo em canal do Rio de Janeiro 31/03/2015 REUTERS/Sergio Moraes
Lixo em canal do Rio de Janeiro 31/03/2015 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

A enzima é capaz de digerir polietileno tereftalato, ou PET -- uma forma de plástico patenteada nos anos 1940 e hoje usada em milhões de toneladas de garrafas plásticas. O PET pode persistir no meio ambiente durante séculos, e atualmente polui vastas áreas de terra e mar no mundo todo.

Pesquisadores da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, e do Laboratório Nacional de Energia Renovável do Departamento de Energia dos EUA fizeram a descoberta quando examinavam a estrutura de uma enzima natural que se acredita ter se desenvolvido em um centro de reciclagem de dejetos do Japão.

Ao perceber que a enzima estava ajudando uma bactéria a decompor, ou digerir, plástico PET, os pesquisadores decidiram "mexer" em sua estrutura acrescentando alguns aminoácidos, explicou John McGeehan, professor de Portsmouth que coliderou o trabalho.

Isso levou a uma mudança imprevista nas ações da enzima que permitiu que sua capacidade de devorar plástico se acelerasse.

"Fizemos uma versão aprimorada da enzima, melhor do que a natural", contou McGeehan à Reuters em uma entrevista. "Isso é realmente empolgante, porque significa que existe potencial para otimizar a enzima ainda mais".

A equipe, cuja descoberta foi publicada na segunda-feira no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences, trabalha agora para aprimorar a enzima ainda mais para ver se consegue torná-la capaz de decompor plásticos PET em escala industrial.

"É perfeitamente possível que nos próximos anos vejamos um processo industrialmente viável de decompor o PET, e potencialmente outros (plásticos), em seus elementos originais para que possam ser reciclados de forma sustentável", disse McGeehan.

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