Em Moscou, Xi Jinping concorda com Putin em críticas contra Trump, mas evita falar da Ucrânia
O presidente russo, Vladimir Putin, recebe o presidente chinês, Xi Jinping, nesta quinta-feira (8), em uma visita de três dias para comemorar a vitória sobre a Alemanha nazista. Putin e Xi demonstram seu entendimento no Kremlin, inclusive com críticas sobre o projeto de defesa antimísseis, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto Kiev denuncia que a trégua na guerra na Ucrânia, proposta pelo próprio Putin, foi violada.
O presidente russo, Vladimir Putin, recebe o presidente chinês, Xi Jinping, nesta quinta-feira (8), em uma visita de três dias para comemorar a vitória sobre a Alemanha nazista. Putin e Xi demonstram seu entendimento no Kremlin, inclusive com críticas sobre o projeto de defesa antimísseis, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto Kiev denuncia que a trégua na guerra na Ucrânia, proposta pelo próprio Putin, foi violada.
Vladimir Putin e Xi Jinping demonstraram seu entendimento em Moscou, na véspera das comemorações russas que marcam a vitória sobre a Alemanha nazista - tradicionalmente realizadas na Rússia no dia 9 de maio. No Kremlin, ao fim das reuniões, Vladimir Putin qualificou as discussões como "muito produtivas". Já Xi Jinping saudou as negociações como "profundas, cordiais e frutíferas", congratulando-se com o fato de ter "chegado a um acordo sobre muitas questões" com o líder russo.
De acordo com Vladimir Putin, vários assuntos foram discutidos, incluindo "política, segurança e relações econômicas", mas "ainda não" o conflito na Ucrânia, segundo destaque do site de notícias FranceInfo.
Apesar do clima de parceria entre Vladimir Putin e Xi Jinping diante do Ocidente, e dos Estados Unidos em particular, na véspera das celebrações de 9 de maio, Kiev acusa Moscou de não cumprir acordo de trégua, para o período dos festejos, um cessar-fogo que o próprio presidente russo ordenou.
Celebrações da vitória sobre a Alemanha nazista
A Ucrânia alegou na quinta-feira que a Rússia havia lançado ataques depois que o cessar-fogo unilateral de três dias de Vladimir Putin entrou em vigor para marcar o 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia declarou que "as forças russas continuam atacando ao longo de toda a linha de frente", referindo-se a "734 violações do cessar-fogo" e listando 63 tentativas de ataques. Por sua vez, o exército russo garantiu na quinta-feira "respeito estrito" ao cessar-fogo.
Mais de 20 líderes estrangeiros são esperados em Moscou na sexta-feira, para o enorme desfile militar na Praça Vermelha para comemorar o 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, um elemento central da narrativa patriótica promovida por Vladimir Putin, que muitas vezes traçou paralelos históricos com a ofensiva contra a Ucrânia lançada em 2022.
Plano de Trump "profundamente desestabilizador"
A Rússia e a China criticaram nesta quinta-feira os planos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de criar um escudo de defesa antimísseis "Iron Dome" para proteger os Estados Unidos, anunciado em janeiro.
"O programa em larga escala anunciado recentemente é profundamente desestabilizador", disseram Pequim e Moscou em uma declaração conjunta emitida pelo Kremlin após a reunião entre os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping.
Em particular, eles denunciam o projeto porque ele prevê o "fortalecimento dos arsenais para operações militares no espaço" e transforma o espaço em "uma arena para confrontos armados".
De acordo com a declaração, Moscou e Pequim são contra "o uso do espaço para confrontos armados" e pedem negociações internacionais para criar "um tratado sobre a prevenção do uso de armas no espaço".
No final de janeiro, logo após seu retorno ao poder, Donald Trump assinou uma ordem executiva sobre o estabelecimento de um escudo de defesa antimísseis "Iron Dome" para proteger o território dos EUA.
O termo "Iron Dome" refere-se ao sistema de defesa de Israel, que protege o país de ataques de mísseis e foguetes, bem como de drones.
Trump havia ordenado o desenvolvimento, em dois meses, de um plano para implementar um "escudo de defesa antimísseis de última geração" para combater "mísseis balísticos, hipersônicos e de cruzeiro".
(RFI com AFP e agências)