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Distúrbios no Mundo Árabe

Todo o arsenal químico da Síria foi lacrado, diz Opaq

31 out 2013 - 10h29
(atualizado às 13h04)
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Mais de 1 mil toneladas de armas e substâncias químicas do regime sírio foram lacradas, informou nesta quinta-feira a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), encarregada de supervisionar o processo de destruição desse arsenal.

"Todos os depósitos de armas e substâncias químicas foram lacrados, com selos inquebráveis", declarou à AFP um porta-voz da Opaq, Christian Chartier.

Mais cedo, a Opaq divulgou um documento afirmando que a Síria destruiu ou tornou inoperáveis todas as instalações de fabricação e mistura de armas químicas no país, cumprindo um importante prazo no ambicioso plano de desarmamento definido pela comunidade internacional.

A organização, que foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz neste mês, diz ter inspecionado 21 das 23 instalações apontadas pela Síria. O acesso às outras duas era perigoso demais, mas a Opaq disse que os equipamentos químicos desses locais já haviam sido transferidos para outras instalações que foram inspecionadas. Uma terceira instalação foi inspecionada remotamente.

O prazo para tornar as instalações inoperáveis terminava em 1º de novembro. Agora, a Opaq e o governo sírio têm até o dia 15 de novembro para definir um plano de destruição detalhado para as mais de mil toneladas de munições e agentes químicos em poder da Síria.

O plano de desarmamento resultou de um acordo entre Rússia e EUA, para evitar que o governo norte-americano bombardeasse a Síria em represália contra um ataque com gás sarin que matou centenas de civis nos arredores de Damasco em 21 de agosto.

"Este foi um importante marco no esforço por eliminar o programa de armas químicas da Síria", disse Ralf Trapp, especialista independente em desarmamento químico. "A maioria dos sites e instalações declarados pela Síria e pela Opaq foi inspecionada, seus estoques foram verificados, o equipamento para a produção de armas químicas foi inutilizado e colocado fora de uso, e algumas armas não preenchidas também foram inutilizadas."

O governo de Bashar al-Assad aceitou abrir mão do seu arsenal químico apesar de negar a autoria do massacre de agosto, pior incidente com armas químicas no mundo desde o ataque a curdos do Iraque em 1988. Assad tem até meados de 2014 para destruir todo o seu arsenal químico.

A missão da Opaq ocorre em meio a uma guerra civil que já dura mais de dois anos e meio e deixou mais de 100 mil mortos. Havia preocupações de que não houvesse condições para um desarmamento efetivo, mas a Opaq diz que as autoridades sírias estão cooperando.

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