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Disparada da Covid-19 em Portugal sobrecarrega funerárias

11 fev 2021 - 11h33
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Diante do caixão fechado de mais uma vítima da Covid-19 em Portugal, o funcionário de funerária Carlos Carneiro chorou quando a família da vítima colocou para tocar um disco de fado tradicional como despedida.

Funcionários de funerária levam caixão vazio para retirar corpo de vítima da Covid em hospital de Cascais
09/02/2021
REUTERS/Pedro Nunes
Funcionários de funerária levam caixão vazio para retirar corpo de vítima da Covid em hospital de Cascais 09/02/2021 REUTERS/Pedro Nunes
Foto: Reuters

Carneiro, de 37 anos, ajuda pessoas a lidar com suas perdas há duas décadas no setor funerário, mas nunca se sentiu tão afetado pelo sofrimento e pelo medo.

Portugal se saiu melhor do que outros países na Europa na primeira onda da pandemia, entre março e abril, mas o novo ano trouxe um disparada devastadora de infecções e mortes, sobrecarregando o serviço de saúde e as casas funerárias.

Mais de 14.700 já morreram de Covid-19 em Portugal, e as infecções cumulativas desde o início da pandemia estão em quase 775 mil.

"Nunca me senti tão comovido, com tantos enterros consecutivos", disse Carneiro à Reuters com voz trêmula diante do crematório em que o corpo de Matilde Firmino, de 77 anos, era reduzido a cinzas.

"É duro para nós. Sentimos quando chegamos em casa".

Devido às regras adotadas para diminuir o risco de contágio do coronavírus, funerárias como a Funalcoitão, próxima de Lisboa, onde Carneiro trabalha, tiveram que se adaptar rapidamente.

Os funcionários têm que usar equipamento de proteção da cabeça aos pés, e os corpos são colocados dentro de sacos plásticos brancos e depois nos caixões, sem embalsamamento ou maquiagem.

Raramente as famílias podem ver os falecidos antes de eles serem enterrados ou cremados, e a filha de Firmino chegou a recear que não fosse mesmo sua mãe no caixão.

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