Delegação do Hamas promete cumprir primeira fase do acordo de trégua em Gaza
Uma delegação do Hamas comprometeu-se neste domingo (23), no Cairo, a respeitar a "primeira fase" do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza durante uma reunião com o chefe dos serviços de inteligência egípcios, informou o movimento islâmico palestino.
Liderada pelo principal negociador do Hamas, Khalil al-Hayya, a delegação chegou no sábado à capital egípcia para encontros no domingo com Hassan Rashad. Dois dirigentes do movimento haviam indicado que a segunda fase da trégua também seria discutida.
No local, o Hamas "reafirmou seu compromisso de implementar a primeira fase do acordo, destacando a importância de pôr fim às violações israelenses (...) e a necessidade de um mecanismo claro e preciso, sob a supervisão dos mediadores, que permita relatar imediatamente qualquer violação", afirmou o grupo em comunicado.
Nos últimos dias, Israel e Hamas se acusaram mutuamente de violar a trégua, em vigor desde 10 de outubro sob pressão americana, após dois anos de guerra iniciada em 7 de outubro de 2023.
No sábado, o Exército israelense declarou ter "atingido alvos" do Hamas, causando 21 mortos segundo a Defesa Civil local, em resposta, segundo Israel, ao ataque de um "terrorista armado" contra seus soldados.
A primeira fase do acordo de trégua permitiu o retorno dos vinte últimos reféns vivos do 7 de outubro, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos, além da entrega de 25 corpos de reféns, de um total de 28 que o Hamas se comprometeu a devolver.
A segunda fase prevê a criação de uma autoridade transitória para administrar Gaza, o envio de uma força internacional para garantir a segurança do território e desarmar o Hamas e outras facções armadas locais.
Segundo o plano Trump, adotado pelo Conselho de Segurança da ONU, o Hamas foi excluído de qualquer papel na futura governança do território e, por enquanto, recusa-se a se desarmar.
"O caráter da segunda fase do acordo" foi discutido no Cairo, informou o movimento, acrescentando que também abordou a situação de "combatentes" em Rafah (sul), com os quais as comunicações estão "interrompidas".
De acordo com vários meios de comunicação, até 200 combatentes do Hamas estariam presos em túneis de Gaza sob uma área onde o Exército israelense voltou a se posicionar como parte do acordo.
Com AFP