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Cresce frustração entre imigrantes na fronteira EUA-México com manutenção de restrições da Covid

20 dez 2022 - 19h29
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Quando Vladimir Castellanos soube que as restrições da Covid-19 que impediam que ele e outros imigrantes solicitassem asilo na fronteira dos Estados Unidos com o México não seriam encerradas nesta semana, ele disse que se sentiu enganado.

Menino migrante que viaja com a família perto de guardas do Texas na margem do Rio Bravo, na fronteira do México com os EUA
20/12/2022
REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Menino migrante que viaja com a família perto de guardas do Texas na margem do Rio Bravo, na fronteira do México com os EUA 20/12/2022 REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Foto: Reuters

Castellanos e seu irmão são venezuelanos e estavam entre dezenas de imigrantes reunidos em ambos os lados do Rio Grande na noite de segunda-feira em Ciudad Juarez, no México, e em El Paso, no Texas, alguns acendendo pequenas fogueiras para se aquecer enquanto as temperaturas caíam para zero.

Eles viajaram para lá na expectativa de que as restrições do Covid-19, conhecidas como Título 42, seriam suspensas na quarta-feira, conforme ordenado por um tribunal dos EUA. A resolução permite que as autoridades dos EUA expulsem rapidamente migrantes para o México e outros países sem chance de buscar asilo nos EUA por riscos de disseminação da Covid.

Mas, em uma ação de última hora, a Suprema Corte dos EUA permitiu na segunda-feira que a resolução permanecesse em vigor temporariamente enquanto uma contestação legal republicana que busca estender a medida é analisada.

"Vejo isso como uma piada, para nos dar esperança e depois, como uma criança, nos enganar e nos dizer que vão adiar", disse Castellanos, acrescentando que é injusto que migrantes de outros países possam entrar nos Estados Unidos enquanto os venezuelanos sejam barrados.

Sob o Título 42, os Estados Unidos normalmente só podem expulsar imigrantes vindos da Guatemala, El Salvador, Honduras e Venezuela para o México. O México não aceita nicaraguenses, por exemplo, ou migrantes de certos países da América do Sul, que geralmente têm permissão para entrar nos Estados Unidos para prosseguir com seus processos de imigração.

Desde que Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021, cerca de metade do recorde de 4 milhões de migrantes encontrados na fronteira EUA-México foram expulsos sob a resolução Título 42, enquanto a outra metade foi autorizada a entrar no país.

O aumento de pessoas que cruzam a fronteira sobrecarregou algumas comunidades fronteiriças. A cidade de El Paso, no Texas, declarou estado de emergência no fim de semana, enquanto centenas de migrantes estavam nas ruas.

Os migrantes entrevistados pela Reuters eram apenas alguns entre as estimadas dezenas de milhares que esperam do lado mexicano da fronteira por uma chance de atravessar para os EUA. 

A resolução foi originalmente emitida em março de 2020 sob o comando do ex-presidente republicano Donald Trump, no início da pandemia de Covid-19. O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, um democrata, a manteve em vigor por mais de um ano e a ampliou em outubro para incluir os venezuelanos nas expulsões para o México, além de permitir que até 24.000 venezuelanos entrassem nos Estados Unidos por via aérea, caso solicitassem com antecedência. 

Ainda assim, o governo Biden diz que deseja que o Título 42 termine depois que as autoridades de saúde dos EUA disseram em abril que o pedido não era mais necessário para impedir a propagação do Covid-19.

Um juiz federal decidiu em novembro que o Título 42 era ilegal, e ordenou que fosse suspenso em 21 de dezembro, apoiando migrantes em busca de asilo que processaram o governo por causa da política.

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