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Colisão envolvendo navio da MSC deixa feridos em Veneza (2)

2 jun 2019 - 14h22
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Um navio de cruzeiro da MSC desgovernado atingiu o cais e um barco turístico em um porto de Veneza, na Itália, deixando pelo menos quatro pessoas feridas neste domingo (2).

    De acordo com informações preliminares, o MSC "Opera" estava atracado no cais de San Basilio, no canal de Giudecca, no centro da cidade, quando teve uma falha no motor e perdeu o controle. As quatro vítimas são estrangeiros, com idades entre 67 e 72 anos, e estavam a bordo do barco de turismo "River Countness".

    Todos foram hospitalizados. Um australiano, de 67 anos, está em estado um pouco mais grave e é avaliado por médicos. "O navio da MSC registrou uma falha no motor, imediatamente reportada pelo comandante. O motor foi bloqueado, mas empurrado, porque a velocidade aumentou, como confirmado", afirmou à ANSA Davide Calderan, presidente da companhia de rebocadores que estava guiando o 'Opera' até a amarração, antes do acidente.

    Dois rebocadores ainda tentaram parar o navio até que um dos cabos quebrou, cortado pelo impacto e pressão do barco contra a água.

    Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento exato em que o navio avança e colide com o cais e a outra embarcação. O incidente provocou pânico nas pessoas presentes, que tentaram fugir.

    Reações - O prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, está no local do acidente e se pronunciou em sua conta no Twitter. "Acidente no porto de Veneza. Navio contra o cais em San Basilio. Estamos no local junto com a polícia e veículos de emergência", escreveu.

    Ainda na rede social, Brugnaro informou também aos cidadãos que a regata marcada para hoje foi cancelada. "Neste momento devemos dar prioridade aos meios de resgate".

    Em 2011, o MSC Opera já havia apresentado problemas mecânicos durante uma navegação pelo Báltico. O navio tem capacidade para até 2,5 mil passageiros e conta com um parque aquático e um teatro. "O incidente de hoje no porto de Veneza mostra que grandes navios não devem mais passar por Giudecca . Depois de tantos anos de inércia, estamos finalmente perto de uma solução definitiva para proteger tanto a lagoa quanto o turismo", ressaltou o ministro de Infraestrutura e Transportes da Itália, Danilo Toninelli.

    Já o ministro dos Bens Culturais, Alberto Bonisoli, afirmou que é justamente para evitar acidentes deste tipo que sua pasta, há alguns meses, colocou uma restrição em três canais de Veneza e está "trabalhando duro" para expandir seu projeto para "salvaguardar o ambiente e a segurança dos cidadãos e turistas".

    O incidente também provocou mais uma polêmica entre o governo de coalizão formado pelo partido ultranacionalista Liga e o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

    Em declaração à imprensa, o ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, atacou o partido do também vice-premier Luigi Di Maio, ressaltando que o episódio poderia ter sido evitado "sem o M5S" no governo. "Eu entendo que uma solução para evitar problemas como o do acidente entre navios em Veneza foi elaborada no ano passado, com a ampliação de um canal e parte dos navios no Porto Marghera, mas tudo isso é bloqueado durante meses porque um 'não' veio de um ministério romano, e não é um ministério da Liga", afirmou.

    Salvini ainda reforçou que este governo tem que dizer "sim" para as propostas e precisa de uma equipe "séria, compacta e não duvidosa".

A autoridade portuária de Veneza pediu uma medida para resolver a questão do alto tráfego de navios de cruzeiro.

O governo italiano já tentou resolver o debate sobre navios de cruzeiro por diversas vezes. Em 2013, navios que pesavam mais de 96 mil toneladas foram banidos do canal de Giudecca, mas a legislação foi posteriormente anulada.

Em 2017, por sua vez, o governo anunciou que iria desviar navios maiores para longe do centro histórico. No entanto, a expectativa é de que o projeto entrasse em vigor em até quatro anos.

Hoje Brugnaro pediu uma ação imediata para um canal alternativo, conhecido como Vittorio Emanuele, ser aberto.

    Turismo - O turismo de massa tem gerado debates e medidas na cidade italiana, uma das mais visitadas do mundo inteiro., além de provocar um êxodo de moradores do centro histórico de Veneza e motivar protestos frequentes contra a "invasão" de forasteiros.

    Recentemente, a Câmara Municipal aprovou um novo regulamento que prevê o banimento de turistas que violarem o "decoro" da cidade em mais uma tentativa da capital do Vêneto de conter o descontentamento dos moradores locais com o turismo. Nos últimos anos, a cidade vem adotando medidas para reduzir o fluxo turístico e impondo multas para coibir comportamentos inadequados. Inclusive, a Prefeitura anunciou a instituição de uma taxa experimental de três euros para visitantes que não pernoitam no município.

Ansa - Brasil   
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