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Cessar-fogo em Gaza perto do fim? Israel e Hamas acusam-se de violar trégua em vigor

O cessar-fogo na Faixa de Gaza está ameaçado, depois que, neste domingo (19), o exército israelense afirmou ter realizado ataques aéreos no sul do território palestino, em resposta aos disparos do Hamas às suas posições. O movimento islâmico nega estar envolvido na retomada das hostilidades. Pelo menos 15 pessoas morreram nos territórios palestinos.

19 out 2025 - 11h51
(atualizado às 12h54)
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O cessar-fogo na Faixa de Gaza está ameaçado, depois que, neste domingo (19), o exército israelense afirmou ter realizado ataques aéreos no sul do território palestino, em resposta aos disparos do Hamas às suas posições. O movimento islâmico nega estar envolvido na retomada das hostilidades. Pelo menos 15 pessoas morreram nos territórios palestinos. 

Informações dos correspondentes da RFI em Ramallah, Lucas Lazo, e Jerusalém, Michel Paul

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse no domingo que o Hamas "pagaria um alto preço por cada tiro" direcionado a soldados israelenses e "cada violação do cessar-fogo em Gaza", de acordo com um comunicado de seu gabinete.

"O Hamas aprenderá hoje da maneira mais difícil que o exército israelense está determinado a proteger seus soldados e evitar qualquer dano à sua segurança", enfatizou o ministro, após os ataques aéreos israelenses no domingo, que tiveram como objetivo, segundo Israel, neutralizar uma ameaça de "terroristas" em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

A Força Aérea israelense afirmou ter realizado o ataque após homens armados abrirem fogo contra um veículo de engenharia militar em Rafah. Fortes disparos navais também foram relatados por fontes palestinas, no que representa uma séria ameaça ao acordo de paz, em vigor desde 10 de outubro.

O movimento palestino garantiu que não tem conhecimento de qualquer confronto no sul da Faixa de Gaza e reiterou que essas áreas permanecem "sob controle israelense". Ao mesmo tempo, reafirmou seu "compromisso total com a implementação de tudo o que foi acordado".

Tensão na Cisjordânia

A situação também é tensa na Cisjordânia, palco de uma intervenção das forças especiais israelenses na manhã de domingo, no campo de refugiados de Al Ain, a oeste de Nablus. Tiros foram ouvidos por moradores e resultaram na morte de um homem de 42 anos, atingido por disparos.

No início da noite, o exército israelense conduziu uma grande operação na cidade de Tubas, mobilizando diversas unidades de infantaria precedidas por tratores. Quatro palestinos foram presos, diversas casas foram saqueadas e a infraestrutura pública foi destruída. Esse modus operandi lembra as intervenções realizadas na Cisjordânia após o cessar-fogo anterior em Gaza.

Em fevereiro passado, o exército evacuou os campos de Jenin e Tulkarem após violentos combates, causando o deslocamento forçado de 40 mil refugiados palestinos. Na Cisjordânia ocupada — visivelmente ausente do plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — o aumento desses ataques e a contínua atividade de assentamentos estão aumentando os temores de uma nova escalada militar.

No fim do dia, a Defesa Civil de Gaza anunciou que, no total, os ataques israelenses mataram 15 pessoas em todo o território palestino. Entre as vítimas, seis pessoas foram mortas em um ataque israelense em Al-Zawaida, no centro do território, visando um "grupo de civis", todos deslocados de áreas mais ao norte, disse Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil, à AFP. Outro ataque, contra "tendas de deslocados perto de Khan Yunis (sul), também matou uma mulher e duas crianças", acrescentou.

Corpo de refém localizado

Também neste domingo, o braço armado do Hamas anunciou que encontrou os restos mortais do 13º refém na Faixa de Gaza e prometeu, "se as condições permitirem", devolvê-lo a Israel ainda hoje, conforme informou um comunicado em seu canal no Telegram.

O texto indica que "qualquer escalada israelense atrapalhará as operações de busca, escavação e recuperação [dos corpos de reféns], o que atrasará a restituição dos corpos".

No sábado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insistiu no desarmamento do Hamas como condição para o fim da guerra, em meio ao aumento das tensões em torno da questão da troca de restos mortais entre Israel e o Hamas. Seus aliados de extrema-direita fazem campanha pela retomada dos combates.

A situação pode se tornar ainda mais complexa, já que os Estados Unidos afirmam ter "informações confiáveis" sobre um ataque iminente do Hamas contra civis palestinos em Gaza. Este ataque planejado, se confirmado, seria uma violação da trégua e colocaria em risco os avanços recentes.

Em resposta, o Hamas afirmou que "os fatos em campo demonstram o oposto" e acusou as forças israelenses de terem "criado e armado gangues criminosas" responsáveis por assassinatos e saques de ajuda humanitária. O Hamas justifica sua ação policial como um "dever nacional".

Com AFP

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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