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Bonita demais? Briga entre freiras? Conheça a história da freira brasileira que perdeu o cargo

Freira brasileira diz ter sido alvo de calúnias e sexismo após ser afastada de mosteiro na Itália; caso provocou fuga em massa de religiosas

12 mai 2025 - 20h25
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Resumo
Freira brasileira Aline Pereira Ghammachi, afastada de um mosteiro na Itália sob acusações que considera infundadas, alega ser vítima de calúnias e sexismo, enquanto o caso provoca polêmica e a saída de diversas religiosas.
Irmã Aline afirmou que foi vítima de sexismo
Irmã Aline afirmou que foi vítima de sexismo
Foto: Divulgação

A brasileira Aline Pereira Ghammachi, natural do Amapá, virou destaque nos jornais italianos após ser afastada do cargo de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na região de Vêneto, no norte da Itália. Ela alega ter sido vítima de sexismo dentro da estrutura da Igreja Católica e afirma que foi removida sem justificativas concretas nem direito de defesa.

Irmã Aline chegou ao mosteiro em 2018, aos 33 anos, tornando-se a madre-abadessa mais jovem da Itália. Com formação em administração de empresas e fluente em diversos idiomas, ela traduziu documentos sigilosos e atuou como intérprete da Santa Sé. À frente do convento, implementou projetos sociais e sustentáveis, como o cultivo de plantas medicinais, produção de mel e atendimento a mulheres em situação de vulnerabilidade.

Mas a trajetória promissora foi interrompida por uma carta enviada ao papa Francisco há cerca de dois anos. No documento, Aline era acusada de maus-tratos contra outras religiosas e de ocultar informações sobre o orçamento do mosteiro. "Tudo começou com uma carta que quatro das irmãs enviaram ao papa Francisco, na qual fui acusada de maltratar as irmãs e outras calúnias infundadas", contou Aline ao jornal italiano Il Mattino. "As acusações foram negadas pelas demais irmãs presentes no convento."

Mesmo assim, o caso resultou em uma auditoria breve e, posteriormente, no afastamento da brasileira, oficializado em plena segunda-feira de Páscoa. A ex-madre-abadessa foi responsável por uma série de novas iniciativas no Mosteiro San Giacomo di Veglia, como a produção de prosecco e a abertura de uma horta comunitária.

"Meu coração dói ao pensar que tudo isso pode ser interrompido por calúnias infundadas", afirmou. Segundo ela, a comissão que avaliou a denúncia não checou a veracidade das acusações.

Aline diz que só soube da decisão no dia da morte do papa Francisco, sem explicações formais. "Como pode um convento ser colocado sob administração especial sem provas concretas? Se existem evidências, que sejam apresentadas. Caso contrário, buscarei a verdade a todo custo", afirmou. Ela se recusa a abandonar sua missão religiosa. "Isso não me afasta do meu amor por Jesus e pelo próximo."

O frei Mauro Giuseppe Lepori comentou o caso ao jornal Il Gazzettino. "A ex-abadessa está se libertando, acreditando que pode recuperar o poder e a vaidade por meio de mentiras e manipulação da mídia", disse.

Após sua saída oficial, em 28 de abril, o ambiente no mosteiro se tornou insustentável. No dia seguinte, cinco irmãs deixaram o local às pressas, vestindo apenas o hábito. Desde então, 11 das 22 freiras abandonaram a instituição.

"Opressão e desconforto duravam há muito tempo. Nunca nos explicaram o que estávamos sendo acusadas", disse irmã Maria Paola Dal Zotto ao jornal italiano. "Irmã Aline foi descrita como uma déspota, o que é absolutamente falso. Quem a conhece sabe o quanto era séria e correta."

Aline acredita que o motivo do afastamento está ligado a uma estrutura de poder ainda marcada pelo sexismo, visto que assumiu o comando ainda uma jovem brasileira. E promete lutar por justiça. "Não é justo que declarações não comprovadas de pessoas inescrupulosas destruam o que construí com tanto sacrifício. Meu objetivo será afirmar a verdade e que a vontade de Deus se cumpra."

Fonte: Redação Terra
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