Biden e Xi discutirão comunicação e concorrência na cúpula da Apec
A Casa Branca disse nesta segunda-feira que os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, discutirão o fortalecimento da comunicação e a gestão da concorrência quando se encontrarem à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) nesta semana.
A reunião presencial na área da Baía de São Francisco na quarta-feira será a primeira entre Biden e Xi em um ano.
O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse aos repórteres que Biden acredita que não há substituto para a diplomacia face a face para gerenciar o complexo relacionamento entre as duas superpotências.
"Prevemos que os líderes discutirão alguns dos elementos mais fundamentais da relação bilateral entre os EUA e a China, incluindo a importância contínua de fortalecer as linhas abertas de comunicação e gerenciar a concorrência de forma responsável para que ela não se transforme em conflito", disse Sullivan, referindo-se à República Popular da China.
"A maneira de conseguirmos isso é por meio de uma diplomacia intensa. É assim que esclarecemos percepções errôneas e evitamos surpresas."
Sullivan disse que Biden irá para a cúpula "em uma base sólida", tendo posicionado os Estados Unidos para serem capazes de competir efetivamente em casa e no exterior e com "a recuperação mais forte e a inflação mais baixa de qualquer economia líder".
Ele disse que Washington está buscando resultados específicos da reunião e espera ver progresso no restabelecimento dos laços militares com a China e no combate ao comércio de fentanil, que se tornou um flagelo nos Estados Unidos.
A China cortou as comunicações militares com os Estados Unidos no ano passado após uma visita a Taiwan, uma ilha democraticamente governada que a China reivindica como sua, feita pela então presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi. As relações tensas se deterioraram ainda mais quando os EUA derrubaram um balão espião em fevereiro.
Sullivan disse que a comunicação entre as Forças Armadas era a maneira de garantir que a concorrência não se transformasse em conflito e que a China havia sido "construtiva" sobre a questão no diálogo que antecedeu a cúpula.
"Veremos o que acontece em São Francisco e o presidente poderá informar após a reunião se, de fato, fizemos progressos na restauração dos vínculos entre os militares", disse ele.
Biden e Xi se conhecem há mais de uma década e compartilharam horas de conversa em seis interações desde a posse de Biden em 2021.
No entanto, eles se encontraram apenas uma vez pessoalmente desde então e Xi não visita os Estados Unidos desde 2017. Analistas e autoridades dizem que eles chegarão à mesa em uma atmosfera de suspeita mútua e impressões distorcidas do que o outro está buscando.