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Atirador de Trump foi identificado como ameaça uma hora antes de disparo

O homem que tentou assassinar Donald Trump foi identificado como "pessoa suspeita" pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos uma hora antes de disparar contra o ex-presidente americano, mas a polícia o perdeu na multidão.

18 jul 2024 - 06h02
(atualizado às 07h36)
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Investigadores observam o prédio de onde o atirador disparou contra Trump
Investigadores observam o prédio de onde o atirador disparou contra Trump
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O homem que tentou assassinar Donald Trump foi identificado como "pessoa suspeita" pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos uma hora antes de disparar contra o ex-presidente americano — mas a polícia o perdeu na multidão. As informações foram reveladas por autoridades a parlamentares americanos.

Em duas sessões no Congresso americano na quarta-feira (17/7), autoridades de segurança — incluindo pessoas do Serviço Secreto — compartilharam novas informações das investigações sobre o homem que disparou contra Trump em um comício na Pensilvânia no sábado (13/7).

O senador do Estado do Wyoming John Barrasso revelou que o Serviço Secreto disse aos parlamentares que avistaram o atirador uma hora antes do ataque, mas que o perderam de vista.

"Ele foi identificado como uma pessoa suspeita porque tinha um telêmetro [dispositivo para medir a distância entre o observador e um ponto qualquer] e uma mochila. E isso foi uma hora antes de acontecer o disparo", disse o senador à rede de televisão Fox News.

"Você imaginaria que ao longo daquela hor não se deveria perder de vista aquele indivíduo."

O telêmetro é um instrumento que pode ser usado para se medir a distância de um alvo.

Também foi revelado nas reuniões com os parlamentares que o atirador visitou o local do ataque — o parque de diversões de Butler County — pelo menos uma vez nos dias antes da tentativa de assassinato e que ele havia feito buscas em seu celular para sintomas de depressão, disse à rede de televisão CBS News uma pessoa que participou da reunião.

O atirador também usou seu telefone para buscar imagens de Donald Trump e do presidente Joe Biden. O diretor do FBI, Chris Wray, disse que mais de 200 pessoas já foram interrogadas e 14 mil imagens foram revisadas.

No entanto, diversos senadores republicanos criticaram a falta de transparência dos investigadores e manifestaram indignação que as autoridades deixaram Trump subir ao palco mesmo depois que se identificou uma ameaça.

"Estou chocado de descobrir que o Serviço Secreto sabia da ameaça antes de o presidente Trump subir ao palco", escreveu no X a senadora Marsha Blackburn, do Tennessee.

Uma autoridade americana envolvida com as investigações disse à CBS que um atirador de elite que estava auxiliando o Serviço Secreto tirou uma foto do atirador através de seu telêmetro, e imediatamente reportou o fato aos seus superiores.

De acordo com a rede de notícias ABC News e outros veículos americanos, o jovem de 20 anos foi avistado novamente no telhado do prédio 20 minutos antes do ataque.

Ele foi morto pelos atiradores de elite do Serviço Secreto 26 segundos depois de disparar contra Trump.

Diversos senadores que participaram das reuniões reclamaram que os investigadores não responderam as suas perguntas e exigiram a demissão da diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle.

"As flagrantes falhas de segurança e a falta de transparência sobre a tentativa de assassinato do presidente Trump exige uma mudança imediata de liderança no Serviço Secreto", escreveu o senador republicano Mike Lee, do Utah, no X.

Após o disparo, Trump foi levado retirado do local pelos agentes do Serviço Secreto
Após o disparo, Trump foi levado retirado do local pelos agentes do Serviço Secreto
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O senador republicano do Wisconsin Ron Johnson disse que a reunião foi "incrivelmente pouco informativa" e disse que os investigadores só responderam a quatro perguntas dos parlamentares.

Outros republicanos pediram a renúncia de Cheatle. O líder da minoria no Senado, o republicano Mitch McConnell, disse depois da reunião que "a nação merece respostas e responsabilização" e que uma mudança na liderança do Serviço Secreto seria um "um passo importante nessa direção".

Parlamentares da Câmara dos Deputados também tiveram uma reunião na quarta-feira com as autoridades de segurança.

O presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, também pediu a renúncia de Cheatle. Ele disse que pretende abrir um inquérito parlamentar.

"Será composto de republicanos e democratas para se chegar à verdade rapidamente, para que o povo americano tenha as respostas que merece", disse ele à Fox News.

O diretor do FBI, Chris Wray, que participou das reuniões, disse aos parlamentares que não foi identificado nenhum motivo para o atentado.

Cheatle, uma veterana de 27 anos do Serviço Secreto, vai prestar depoimento na próxima semana no Comitê de Supervisão da Câmara dos Deputados, que é controlado pelos republicanos, e no Comitê de Segurança Doméstica.

Ela disse que a agência usou policiais locais para fazer a segurança do prédio usado pelo atirador.

Um oficial local ficou cara a cara com o atirador no telhado instantes antes do ataque, segundo o prefeito de Butler Township, Tom Knights, à CBS.

O oficial estava investigando relatos de uma pessoa suspeita no comício. Ele foi erguido até o telhado por outro oficial e viu o suspeito apontando a arma diretamente para ele, disse Knights.

O oficial estava em uma posição "indefesa" e se soltou, caindo no chão. Ele alertou outros oficiais sobre o atirador. Instantes depois, os tiros começaram.

O ataque está sendo investigado pelo inspetor-geral do departamento de Segurança Doméstica.

O presidente Joe Biden prometeu abrir uma investigação independente.

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