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Ásia

Prefeito japonês: crimes sexuais na 2ª Guerra foram necessários

14 mai 2013 - 02h39
(atualizado às 07h48)
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Toru Hashimoto fala com repórteres em Osaka na segunda-feira
Toru Hashimoto fala com repórteres em Osaka na segunda-feira
Foto: AP

O prefeito de Osaka, no Japão, afirmou nessa segunda-feira que a prostituição forçada pelo Exército de milhares de pessoas na Ásia antes e durante a 2ª Guerra Mundial foi necessária para “manter a disciplina” nas tropas e proporcionar descanso aos soldados que arriscavam suas vidas no campo de batalha, de acordo com informações da agência Associated Press.

Os comentários de Toru Hashimoto já causaram ira nos países vizinhos que sofreram com a violência cometida pelos japoneses durante a guerra e  que se queixam que o país nipônico não fez o suficiente para reparar os danos causados pelas atrocidades.

Hashimoto, que também é um dos líderes de um partido conservador em crescimento, também afirmou que não há uma evidência clara de que o Exército japonês tenha coagido as mulheres a se tornarem o que ele classificou como “mulheres de conforto”.

“Para manter a disciplina entre os militares, isso deve ter sido necessário na época. Para soldados que arriscam suas vidas em circunstâncias onde balas estão voando como vento e chuva, se você quer lhes proporcionar algum descanso, o sistema de mulheres de conforto foi necessário. Isso é claro para qualquer um”, disse o prefeito.

O prefeito de Osaka, um dos dois principais líderes do Partido da Restauração do Japão, admitiu que as mulheres foram alistadas à força, mas atribuiu o fato à "tragédia da guerra".

Historiadores calculam que aproximadamente 200 mil mulheres, a maioria delas da Península Coreana e da China, foram forçadas a servir como escravas sexuais para soldados japoneses em bordéis militares durante o período da Segunda Guerra Mundial.

A declaração do prefeito da principal cidade do oeste do Japão gerou reações de indignação similares às provocadas ano passado pelo prefeito de Nagoya, que colocou em dúvida a existência do massacre de Nankin de 1937 cometido pelas tropas nipônicas, no qual, segundo a China, foram exterminadas 300 mil pessoas.

"Nos decepciona profundamente que uma personalidade oficial defenda crimes desumanos semelhantes", declarou à AFP um porta-voz do ministério sul-coreano das Relações Exteriores.

"Estamos chocados e furiosos", afirmou a porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei. "O futuro do Japão dependerá da maneira como enfrenta o seu passado", completou.

Fonte: Terra
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