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Ásia

Mulheres são vítimas de assédio nos protestos em Hong Kong

4 out 2014 - 15h59
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Máfia chinesa teria agredido sexualmente mulheres que participavam de manifestações
Foto: Alex Hofford / EFE

Mulheres que participaram nas manifestações pró-democracia em Hong Kong foram vítimas de agressões sexuais e assédio, denunciaram neste sábado manifestantes e a Anistia Internacional.

A ONG acusou policiais de faltar com seu dever de proteger os manifestantes na noite de sexta-feira, afirmando que os agentes não fizeram nada quando supostos membros da Tríada (máfia chinesa) atacaram os ativistas nos bairros de Mongkok e Causeway Bay.

"Mulheres e meninas foram alvos de agressões sexuais, assédio e intimidação", assinalou a Anistia Internacional.

A polícia informou que está averiguando as acusações, enquanto que o ministro de Segurança de Hong Kong negou enfaticamente que o governo tenha recorrido à Tríada para agir contra os manifestantes.

Ele também informou que 19 pessoas foram detidas depois das manifestações de sexta-feira.

A situação continua tensa nas três zonas ocupadas pelos manifestantes na ex-colônia britânica, onde os dirigentes do movimento convocaram uma nova concentração para este sábado.

Os manifestantes reforçaram as barricadas por temer que se repitam os confrontos da véspera.

Na sexta-feira, os líderes estudantis do protesto anunciaram a suspensão do diálogo com o governo após os incidentes registrados em seus pontos de concentração.

Os participantes do movimento consideraram que os episódios se devem a provocações orquestradas pelas autoridades.

Em vários locais ocupados há uma semana, moradores e comerciantes atacaram os manifestantes, em sua maioria estudantes que exigem a instauração do sufrágio universal e eleições para o governo local sem a ingerência de Pequim.

Em Causeway Bay e Mong Kok, vários grupos tentaram derrubar barricadas em uma aparente reação contra as manifestações, que paralisaram várias áreas, sem que as forças de segurança tenham agido para impedir.

Durante horas, os dois lados trocaram socos e insultos. Os serviços de saúde atenderam várias pessoas com ferimentos no rosto, mas a polícia se negou a informar o número de feridos e detidos.

Os líderes estudantis acusaram o governo de recrutar homens para provocar confusões e desacreditar este movimento que mobilizou desde domingo dezenas de milhares de pessoas e paralisou grande parte da região administrativa chinesa.

O movimento pró-democracia exige a renúncia do chefe do executivo local, Leung Chun-yuing, considerado um fantoche de Pequim. A China aceita o princípio de eleições por sufrágio universal, mas conservando o controle das candidaturas.

Os estudantes, na linha de frente do movimento, estabeleceram deram até a noite de quinta-feira para que Leung renuncie. Mas o chefe de governo local se negou deixar o seu posto, propondo uma oferta de diálogo.

Hong Kong, ex-colônia britânica, enfrenta a sua maior crise política desde a devolução à China, em 1997.

A "revolução dos guarda-chuvas", como é chamada nas redes sociais, tem uma grande repercussão no exterior, onde houve concentrações de apoio em vários países.

Mas submetida a fortes pressões midiáticas e diplomáticas, a China fez um alerta a Washington para que não se envolva na crise política. Já a União Europeia manifestou preocupação na quinta-feira.

O Partido Comunista Chinês intensificou a censura nas redes sociais e deteve pelo menos dez dissidentes, que expressaram apoio aos manifestantes de Hong Kong, de acordo com associações de defesa dos direitos humanos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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