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Ásia

Hong Kong: manifestantes ameaçam adiar diálogo por ataques

Centenas de pessoas contra os protestos apareceram nesta manhã na zona de Mong Kok e começaram a repreender aos manifestantes

3 out 2014 - 11h19
(atualizado às 11h21)
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Centenas de pessoas contra os protestos apareceram nesta manhã na zona de Mong Kok e começaram a repreender aos manifestantes
Centenas de pessoas contra os protestos apareceram nesta manhã na zona de Mong Kok e começaram a repreender aos manifestantes
Foto: ALEX OGLE / AFP

Os organizadores das manifestações pró-democráticas de Hong Kong ameaçaram cancelar o diálogo com o governo caso não seja realizada uma ação imediata para acabar com os ataques a manifestantes ocorridos em vários pontos da cidade.

Em comunicado, o movimento "Occupy Central" e a Federação de Estudantes de Hong Kong -organizações que impulsionaram as mobilizações- advertem que se o governo não responder ao ocorrido, "pode ser que considerem cancelar o diálogo entre estudantes e o Executivo", estipulado na madrugada desta sexta-feira.

As declarações chegam quando milhares de pessoas, a favor e contra o movimento pró-democrático, mantêm hoje um tensa queda de braço em uma das zonas ocupadas pelos manifestantes, onde ocorrem diversos confrontos verbais e físicos entre as partes.

Centenas de pessoas contra os protestos apareceram nesta manhã na zona de Mong Kok e começaram a repreender aos manifestantes para que terminassem a ocupação das ruas e tentaram desmontar as barracas montadas pelos jovens.

Confrontos violentos eclodiram em uma das mais famosas e congestionadas áreas comerciais de Hong Kong nesta sexta-feira, distante do centro da cidade, quando centenas de partidários do regime chinês atacaram acampamento e arrancaram faixas de manifestantes pró-democracia, forçando muitos a recuar.

<p>Manifestantes pró-democracia entram em confronto com manifestantes contrários ao movimento no centro de Hong Kong</p>
Manifestantes pró-democracia entram em confronto com manifestantes contrários ao movimento no centro de Hong Kong
Foto: Bobby Yip / Reuters

Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Hong Kong na semana passada para exigir democracia plena na ex-colônia britânica, incluindo um sistema de votação livre quando for escolhido o novo dirigente da região em 2017.

O governante de Hong Kong, Leung Chun-ying, concordou em abrir negociações com manifestantes pró-democracia, mas recusou-se a renunciar. Com o apoio do governo chinês, Leung deixou claro que não irá recuar diante das piores distúrbios da cidade em décadas.

O Secretário de Finanças, John Tsang, advertiu que os contínuos protestos no distrito financeiro poderiam causar danos "permanente" para a cidade, centro financeiro asiático.

A polícia teve que comparecer ao local para tentar deter os cidadãos enfurecidos, compostos em grande parte por homens que seguiam as instruções de uma mulher que falava em mandarim, dialeto majoritário na China continental, mas não em Hong Kong, onde se utiliza o cantonês.

Apesar do cordão policial e da barreira humana formada pelos jovens para bloquear a passagem, os cidadãos contrários ao movimento conseguiram chegar às barracas e as desmontaram. Diversas ambulâncias já estão presentes na área, apesar ainda não haver feridos.

A Polícia de Hong Kong pediu nesta sexta-feira aos jovens manifestantes que desistam de sua atitude "irresponsável e ilícita" e saiam das sedes governamentais onde estão impedindo o acesso dos funcionários públicos.

As forças de segurança pedem aos estudantes, em comunicado, que cooperem com a corporação e saiam "o mais rápido possível de maneira ordenada e pacífica".

Após uma noite tensa depois que o chefe do Executivo local, Leung Chun-ying, rejeitou renunciar como os jovens pedem nas ruas, esta manhã os manifestantes bloquearam prédios governamentais e impediram a passagem dos funcionários, além de paralisar o tráfego das ruas próximas.

"O bloqueio está afetando os serviços de emergência e a vida normal das pessoas, o que é irresponsável e ilícito", assinala a nota divulgada no site oficial do organismo.

Segundo o texto, os manifestantes "também se negaram a dar passagem aos veículos da Polícia para entregar comida, água e remédios aos agentes que estão trabalhando. Isto foi "uma ação desumana e inaceitável em qualquer lugar do mundo".

Os protestos continuam mais dispersos nesta sexta-feira e com um menor número de integrantes em Hong Kong, à espera de que manifestantes e governo concretizem detalhes sobre como o diálogo político será realizado, após uma tensa noite em que o chefe do Executivo, Leung Chun-ying, anunciou que não renunciaria.

Com informações da EFE e Reuters.

Fonte: Terra
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