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Ásia

Massagem tailandesa quer se afastar da imagem de prostituição

4 dez 2011 - 10h01
(atualizado às 10h24)
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A associação de massagistas da Tailândia quer que seja aprovada uma lei que proíba os estabelecimentos dedicados à prostituição de utilizar a palavra "massagem" como chamariz para serviços sexuais. Embora neste país a prostituição seja em tese ilegal, os locais de venda de sexo se proliferam com o beneplácito das autoridades e sob a aparência de bares e outros lugares que anunciam a famosa massagem tailandesa.

"O projeto de lei já está há quatro anos no parlamento, mas temos confiança que os deputados entrarão em um acordo durante esta legislatura para regular o setor", disse Serat Tangtrongchitr, diretor da Escola de Medicina Tradicional Tailandesa de Wat Po.

Segundo Serat, muitos turistas buscam exatamente os prostíbulos encobertos, mas também há quem se confunda nestes locais, aparentemente idênticos aos estabelecimentos de massagens, mas onde as meninas não são massagistas de fato. "Não nos opomos aos outros estabelecimentos de lazer e entretenimento, mas não queremos que utilizem a palavra 'massagem' porque induz à confusão", apontou o diretor da escola, uma das mais reconhecidas da Tailândia.

A lei, segundo Serat, também permitirá que se proteja as pessoas que se formaram para ser massagistas e que podem terminar sendo exploradas em algum bordel com fachada de estabelecimento de massagens. "Happy ending" (final feliz) é uma conhecida expressão utilizada na Tailândia para se referir aos serviços sexuais que algumas meninas oferecem ao cliente após a massagem, enquanto outras modalidades são a massagem "corpo a corpo" ou na "jacuzzi".

No entanto, muitos cidadãos querem preservar o velho legado da massagem tailandesa, uma tradição terapêutica que faz parte da medicina tradicional dos antigos reinos tailandeses, influenciada ao longo dos séculos pelas culturas indiana e chinesa. "A maioria das pessoas conhece a massagem tailandesa como um relaxamento, mas também é um tratamento que ajuda a melhorar a saúde, sobretudo a prevenir dores musculares", explicou Serat, cujo avô iniciou a escola Wat Po nos anos 1950.

A tradicional massagem terapêutica tailandesa remonta ao antigo reino de Sukhothai, do século 13, e esteve a ponto de desaparecer após a invasão dos birmaneses, em 1767. Quando a capital do Reino de Sião se deslocou para Bangcoc, os primeiros monarcas da atual dinastia Chakri decidiram esculpir em pedra os conhecimentos da medicina tradicional, incluindo as massagens, para preservá-los.

Com a chegada da medicina convencional no início do século XX, as autoridades e muitos tailandeses abandonaram em parte a medicina tradicional. "Em 1950, meu avô decidiu criar a escola ligada ao templo Wat Po, onde se encontram inscritas as pedras com as receitas da medicina tradicional e a arte da massagem", explicou Serat.

O famoso recinto acolhe dois locais de massagem ligados à escola, enquanto os estudantes, cerca de 7 mil tailandeses e 3 mil estrangeiros ao ano, têm aulas em um prédio situado a poucos metros. Alguns hospitais criaram unidades de massagem tailandesa para ajudar na recuperação dos pacientes e programas similares estão em período de testes no Japão.

"Vim há anos para a Tailândia e, após um tratamento de 20 horas de massagem, me curei dos meus problemas urinários e da pele, agora voltei para aprender", indicou Salima, uma estudante francesa da escola de Wat Po.

EFE   
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