PUBLICIDADE

Ásia

K-pop e novelas se tornam novos motores da economia sul-coreana

1 set 2016 - 06h04
Compartilhar
Exibir comentários

O K-pop, ritmo pop com pegadas de eletrônico de origem sul-coreano, e as produções de TV, especialmente as novelas, são a aposta da Coreia do Sul para impulsionar sua economia, a 11ª maior do mundo.

As autoridades sul-coreanas buscam aumentar as vendas destes produtos 'made in Korea' para além da Ásia, onde já possuem um enorme sucesso, para suprir a estagnação nas exportações de carros e celulares de última geração, um nicho que eles consideram que começa a se esgotar.

"A 'onda coreana' (cultura contemporânea da Coreia do Sul) só tem popularidade na Ásia. Ainda temos um longo caminho pela frente para sermos globais", afirmou em entrevista à imprensa internacional a diretora do Centro de Convergência Cultural Criativa, Kang Myung-shin, uma organização de apoio a novos artistas.

Apesar disso, as exportações da Coreia do Sul relacionadas à 'onda coreana' alcançaram em 2015 a quantia de 8 trilhões de wons (R$ 23,23 bilhões), o que significa um aumento de 2,2% com relação ao ano anterior e contrasta com a queda de 8% registrada no conjunto de exportações do país.

A exportação de filmes coreanos especificamente disparou 222% com relação a 2014, enquanto as exportações das séries de TV e de música cresceram 30,7% cada uma, conforme dados divulgados pelo governo.

A Coreia do Sul representa 3% do mercado global cultural frente a outros países como os Estados Unidos, que ocupam 30%, ou o Reino Unido, que ocupa 5% do mercado, segundo dados do centro de Convergência Cultural.

"Este é o momento de a produção coreana, que tem muito potencial, se expandir. Temos que olhar para fora e nos internacionalizarmos, já que nosso obstáculo é que a demanda nacional é pequena", declarou Kang em referência à população do país, de cerca de 50 milhões de habitantes.

Para isso, a Coreia do Sul constrói ao norte de Seul um gigantesco parque temático dedicado ao K-pop e às séries de televisão, com 302 mil metros quadrados, e que será concluído em 2019.

Este complexo, que começou as obras em maio, oferecerá shows de K-pop nos "365 dias do ano", aulas de maquiagem para impulsionar a potente indústria cosmética do país, espetáculos de feitos históricos e simuladores de realidade virtual, explicou a diretoria do K Valley.

O K Valley será uma vitrine da cultura coreana e atrairá, segundo estimativas, cerca de cinco milhões de visitantes ao ano, a maior parte deles vindos de China, Japão e de outros países do sudeste asiático, onde o K-pop e o cinema coreano são extremamente populares.

Embora atualmente as produções coreanas triunfem na região, a primeira série de TV a conseguir sucesso internacional foi "Dae Jang Geum" ("A Joia do Palácio", em tradução livre), de 2003.

O drama baseado em fatos reais conta a história da primeira mulher médica da corte coreana e foi exibido em vários países, entre eles México e no Peru, e que uma busca rápida na internet leva a encontrar alguns episódios legendados em português.

A mais recente série do país a virar fenômeno de audiência foi "Taeyang-ui Huye" ("Descendentes do Sol", em tradução livre), lançada em fevereiro deste ano, com uma trama romântica entre um militar e uma médica enviados a um país do Leste Europeu e que, devido ao enorme sucesso internacional, vai ser adaptada e se transformar em longa-metragem.

As novelas coreanas viraram também um ganho para o turismo. O set de filmagens de "Taeyang-ui Huye", por exemplo, será transformado em atração turística, com capacidade de receber três mil visitantes por dia a partir deste mês e os estúdios "MBC", a emissora pública sul-coreana, atraem centenas de turistas - a maioria adolescentes - todos os anos.

Quanto ao panorama musical, bandas como Big Bang, um grupo de cinco meninos que alternam coreano e inglês nas letras e estão no meio do caminho entre o eletrônico e o hip-hop, já conta com fã-clube em países tão distantes da realidade coreana quanto a Argentina e o Chile e provam que o K-pop está se tornando um fenômeno sem fronteiras.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade