Chanceler italiano renúncia por conflito diplomático com a Índia
O ministro italiano das Relações Exteriores, Giulio Terzi, anunciou nesta terça-feira a sua demissão para manifestar seu descontentamento com a decisão de seu governo de enviar à Índia dois marinheiros italianos acusados de terem matado por engano dois pescadores indianos.
"Renuncio, pois há 40 anos considero que deve ser preservada a honra do país, das forças armadas e da diplomacia italianas", declarou o ministro na Câmara dos Deputados, expressando sua solidariedade com os dois marinheiros e suas famílias, e seu "desacordo" com a decisão do Executivo.
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O governo italiano enviou na sexta-feira Massimiliano Latorre e Salvatore Girone de volta para Nova Délhi. Os dois marinheiros são acusados de ter matado dois pescadores indianos - que afirmam ter confundido com piratas - quando se encarregavam da segurança de um petroleiro italiano na altura da costa do sudoeste da Índia, no dia 15 de fevereiro de 2012.
A Itália decidiu por fim mandar de volta à Índia os dois marinheiros depois de receber garantias de que ambos não correm risco de serem condenados à pena de morte.
Latorre e Girone viajaram para a Itália em 23 de fevereiro, com a promessa de que retornariam à Índia antes de 22 de março, depois que o Supremo Tribunal da Índia decidira conceder-lhes permissão para retornar ao seu país para participar das eleições legislativas, já que a Itália não autoriza o voto por correio.
No entanto, em 11 de março a Itália comunicou que os dois soldados não retornariam "devido à controvérsia internacional entre ambos os Estados", embora depois tenha voltado atrás após as garantias por escrito das autoridades indianas.
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