PUBLICIDADE

Mundo

Americana é condenada por incitar suicídio do namorado

Michelle Carter respondia acusação de homicídio involuntário após polícia descobrir mensagens em que encorajava namorado a seguir com planos de se matar; Conrad Roy foi encontrado morto em camionete após inalar monóxido de carbono.

16 jun 2017 - 13h56
Compartilhar
Exibir comentários

A americana Michelle Carter, 20 anos, foi condenada nesta sexta-feira por homicídio involuntário. Ela era acusada de ter incitado o namorado, Conrad Roy, a cometer suicídio.

Foto: BBC News Brasil

Roy foi encontrado em 13 de julho de 2014, dentro de sua camionete, no estacionamento de uma loja de departamento, morto após inalar monóxido de carbono.

A sentença será divulgada em agosto.

Ao ler seu veredito, o juiz Lawrence Moniz ressaltou o fato de Carter ter conversado com Roy ao telefone por mais de 40 minutos enquanto ele cometia o suicídio.

Moniz salientou ainda que Roy chegou a sair de sua caminhonete, já contaminada por monóxido de carbono, dizendo que estava com medo, mas Carter instruiu o namorado a voltar para dentro do veículo.

Carter não chamou a polícia nem avisou os familiares de Roy sobre o suicídio.

  • 'Você vai ser feliz no paraíso': a americana acusada de incitar suicídio de namorado
  • Mulheres comandam uma das maiores ocupações urbanas do Brasil

Julgamento

Durante duas semanas de julgamento, acusação e defesa discutiram as centenas de mensagens de texto trocadas entre Carter, que na época tinha 17 anos, e Roy, 18, nos dias que antecederam sua morte, em 12 de julho de 2014.

Nessas mensagens, o casal conversava em detalhes sobre os planos de Roy de cometer suicídio.

"Você finalmente vai ser feliz no paraíso. Sem mais dor. Sem mais pensamentos ruins e preocupações. Você será livre", escreveu Carter em mensagem enviada a Roy.

"Você simplesmente tem que fazê-lo", disse ela em pelo menos quatro mensagens.

Segundo a acusação, Carter convenceu e pressionou Roy a cometer suicídio, pesquisou e o orientou sobre os métodos mais eficazes e repreendeu o namorado nas vezes em que ele adiou o ato.

"Então parece que você não vai fazer; tudo isso para nada. Eu só estou confusa, porque você estava tão pronto e determinado", disse Carter em uma mensagem enviada a Roy horas antes de ele cometer suicídio.

Quando o namorado diz que vai agir eventualmente, ela responde: "Você está apenas tornando as coisas mais difíceis para você mesmo adiando, você simplesmente tem que fazê-lo".

A promotora Maryclare Flynn disse que Carter manipulou Roy, e que ela queria atrair atenção como "a namorada de luto".

  • 'Vítimas talvez nunca sejam identificadas', diz polícia de Londres sobre incêndio em prédio de 24 andares

Após a morte do namorado, Carter postou mensagens lamentando sua perda em redes sociais e arrecadou dinheiro em seu nome para conscientização sobre saúde mental.

A defesa alegava que Carter não causou a morte do namorado e não estava presente fisicamente quando Roy morreu.

Segundo o advogado de defesa, Joseph Cataldo, Roy sofria de depressão e já pensava em suicídio antes do envolvimento de Carter. O jovem já havia tentado suicídio anteriormente.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade