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América Latina

Mujica diz que uruguaios não trabalham muito e é criticado

Opositores consideraram a declaração do presidente uma falta de respeito

14 mai 2014 - 18h42
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A polêmica declaração foi dada durante a visita de Mujica aos Estados Unidos
Foto: AP

A oposição do Uruguai, junto com dirigentes sindicais e empresariais, criticou nesta quarta-feira o presidente José Mujica por ter dito em um discurso perante possíveis investidores durante sua visita aos Estados Unidos que seus compatriotas não são "trabalhadores duros".

Líderes de vários setores consideraram a afirmação "uma falta de respeito", uma "licença poética de mau gosto" e "uma generalidade ruim para a maioria dos trabalhadores uruguaios", entre outras qualificações.

"Não somos trabalhadores duros, somos mais ou menos. Não nos matamos muito para o trabalho, por tradição, por cultura, seja lá pelo que for", disse o presidente em seu habitual tom franco perante 120 empresários convidados pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos.

Mujica, que já tinha expressado a mesma ideia perante empresários espanhóis durante uma visita ao país em 2013, explicou que, apesar esse defeito, seu país é um lugar "decente" e muito sério para investir, com uma grande segurança jurídica e cidadã, autoridades que se respeitam e onde não existe corrupção.

O deputado Fitzgerald Cantero, do Partido Colorado (oposição), reagiu às palavras de Mujica, a quem acusou de ter "afã" para "chamar a atenção".

"Seu comportamento pode parecer simpático para um presidente, mas não serve para os interesses do país", comentou.

"Dizer que os uruguaios são preguiçosos é um falta de respeito a todos os que trabalham dia a dia pelo país. Não sei quais são os preguiçosos a que o presidente se refere, mas me surpreende que um governo que deu uma quantidade de subsídios sem pedir exigências em troca, fale de preguiçosos", sentenciou o deputado.

Na comitiva que acompanha Mujica aos EUA, onde ficará até a próxima quinta-feira, muitos empresários não gostaram da declaração, que viram como contraproducente.

"É injusto falar de generalidades. Em algum momento vamos ter que falar com ele, porque se buscamos investimentos é um contrassenso", disse à imprensa Javier Carrau, presidente da Câmara de Indústrias do Uruguai.

Por sua vez, no sindicato PIT-CNT, a dirigente Beatriz Fagián considerou que Mujica "pode dizer o que quiser", mas no Uruguai "há muitos trabalhadores bons, e também ruins como em todos os lugares".

EFE   
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