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América Latina

Intoxicação mata 21 presos em greve fome na Venezuela

Os detentos teriam aproveitado a ausência dos carcereiros para assumir o controle da enfermaria e ter acesso aos medicamentos

27 nov 2014 - 08h16
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Os detentos morreram por intoxicação de medicamentos após greve de fome
Os detentos morreram por intoxicação de medicamentos após greve de fome
Foto: Twitter

Ao menos 21 presos que estavam em greve de fome morreram intoxicados por medicamentos anticonvulsivos nesta quarta-feira no Centro de Reclusão David Viloria (Uribana), no estado de Lara, sudoeste da Venezuela, informaram oficiais da polícia, que pediram para ter a identidade preservada.

Os detentos mortos realizavam uma greve de fome desde a terça-feira passada, em protesto pelo tratamento desumano e as violações dos direitos humanos aos quais são submetidos na prisão.

Segundo o Observatório de Prisões, os detentos aproveitaram a ausência dos carcereiros para assumir o controle da enfermaria e ter acesso aos medicamentos.

O governo venezuelano confirmou a morte de 13 detentos e acrescentou que outros 145 estão sendo atendidos por intoxicação por medicamentos na prisão de Uribana, ocorrida durante um protesto.

"Informamos a lamentável morte de 13 detentos", diz um comunicado do ministério de Serviços Penitenciários, acrescentando que o incidente foi "produto da ingestão descontrolada de medicamentos como antibióticos, antiepilépticos, anti-hipertensivos e álcool".

"Um grupo de 145 detentos" está sendo atendido por pessoal médico, acrescentou o ministério.

A ONG Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) confirmou que há 17 detentos mortos em hospitais de Lara e outros quatro em Maracay, no estado de Aragua, que haviam sido transferidos do presídio David Viloria.

"Há 15 mortos no Hospital Central de Barquisimeto e outros dois no hospital do Seguro Social. Em outro grupo de detentos, transferido para o (presídio) Tocorón, há 16 intoxicados no Hospital Central de Maracay, incluindo 4 que faleceram e 12 que se encontram mal", disse à AFP Humberto Prado, diretor da OVP.

Prado advertiu que se desconhece a situação de vários presos transferidos do David Viloria para penitenciárias dos Estados de Portuguesa e Guárico, no sudoeste do país.

A "ingestão de medicamentos" pelos detentos foi confirmada no Twitter pela ministra de Assuntos Penitenciários, Iris Varela, que nas próximas horas fará um comunicado oficial sobre o assunto.

Segundo defensores dos direitos humanos, há ao menos 40 detentos internados com intoxicação em hospitais de Lara e Aragua.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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