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América Latina

EUA encerram parceria antidrogas histórica com Colômbia e acusam Venezuela de narcoterrorismo

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (16) que encerraram sua parceria antidrogas com a Colômbia, que há décadas garantia ao país milhões de dólares em ajuda anual e ampliava a influência norte-americana na região. A decisão veio após críticas à gestão de Gustavo Petro, presidente de esquerda. Paralelamente, a Venezuela acusa Washington de preparar uma ofensiva militar, enquanto os EUA intensificam ações no Caribe e fazem acusações de narcotráfico que Caracas classifica como falsas e políticas.

16 set 2025 - 11h56
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Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (16) que encerraram sua parceria antidrogas com a Colômbia, que há décadas garantia ao país milhões de dólares em ajuda anual e ampliava a influência norte-americana na região. A decisão veio após críticas à gestão de Gustavo Petro, presidente de esquerda. Paralelamente, a Venezuela acusa Washington de preparar uma ofensiva militar, enquanto os EUA intensificam ações no Caribe e fazem acusações de narcotráfico que Caracas classifica como falsas e políticas.

Soldados patrulham o bairro Siloé, em Cali, na Colômbia, na quinta-feira, 11 de setembro de 2025.
Soldados patrulham o bairro Siloé, em Cali, na Colômbia, na quinta-feira, 11 de setembro de 2025.
Foto: AP - Santiago Saldarriaga / RFI

Em 2023, a Colômbia bateu recorde de produção de cocaína, com 2.600 toneladas, segundo a ONU — um aumento de 53% em relação ao ano anterior. O governo de Donald Trump responsabilizou diretamente o presidente colombiano Gustavo Petro pelo crescimento da produção e pela tentativa fracassada de negociar com grupos armados ligados ao tráfico.

Desde 1986, Washington avalia anualmente as políticas antidrogas de cerca de 20 países produtores e distribuidores de substâncias ilegais. A Colômbia, maior produtora mundial de cocaína, recebia até US$ 380 milhões por ano como parte desse programa.

Segundo dados da ONU, em 2023 a produção de cocaína na Colômbia bateu recorde: 2.600 toneladas, um aumento de 53% em relação ao ano anterior. A decisão de retirar a Colômbia da lista de países parceiros foi acompanhada por críticas públicas.

Críticas à gestão de Gustavo Petro

Um documento da Casa Branca enviado ao Congresso dos EUA, assinado por Donald Trump, afirma que "a produção de coca e de cocaína atingiu níveis recordes sob o governo de Gustavo Petro", líder da esquerda colombiana, e que suas tentativas de negociar com grupos narco-terroristas "só agravaram a crise".

Durante uma visita a Israel, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, também criticou o presidente colombiano, dizendo que ele "não tem sido um bom parceiro no combate aos cartéis de drogas".

Apesar disso, os EUA afirmam estar abertos a rever a decisão, caso o governo colombiano adote medidas mais duras para erradicar a produção de coca e reduzir o tráfico.

Conflito com Venezuela e tensão regional

A ofensiva antidrogas liderada por Donald Trump se estende além da Colômbia. Na segunda-feira (15), Trump anunciou que o Exército norte-americano realizou um novo ataque contra uma embarcação que, segundo ele, era usada por "narco-terroristas" venezuelanos para transportar drogas para os Estados Unidos. Em resposta, o governo de Caracas acusou Washington de estar preparando uma "agressão de caráter militar" contra o território venezuelano.

Esse episódio se soma a uma série de ações militares norte-americanas no Caribe, onde os EUA têm intensificado operações sob o pretexto de combater o narcotráfico. Uma dessas ofensivas, realizada em 2 de setembro, teria deixado 11 mortos, segundo informações divulgadas por Trump.

Relações diplomáticas em crise

As relações entre EUA e Colômbia, tradicionalmente próximas, se deterioraram desde o retorno de Trump à presidência em janeiro. Nesse momento, os dois países enfrentaram uma crise diplomática, após os EUA deportarem migrantes colombianos que haviam entrado ilegalmente no país.

A Colômbia vive, há mais de meio século, uma guerra interna entre guerrilhas, narcotraficantes e forças do Estado. Atualmente, o país enfrenta sua pior crise de segurança em uma década, impulsionada pela violência de grupos armados financiados pelo tráfico de drogas.

O presidente Petro tentou retomar negociações de paz com vários desses grupos, seis anos após o acordo histórico com a ex-guerrilha FARC. No entanto, a maioria das tentativas fracassou, ou se encontra paralisada.

(Com AFP)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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