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África

Nigéria anuncia cessar-fogo com Boko Haram

A libertação das adolescentes sequestradas há seis meses ainda é incerta

17 out 2014 - 20h13
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El líder de Boko Haram, Abubakar Shekau
El líder de Boko Haram, Abubakar Shekau
Foto: AFP

A Nigéria anunciou nesta sexta-feira um acordo com o grupo islâmico nigeriano Boko Haram, que sequestrou 219 estudantes adolescentes em um colégio na localidade de Chibok (nordeste do país), em 14 de abril passado.

A libertação das reféns continua incerta.

O chefe do Estado-Maior do Exército nigeriano, Alex Badeh, anunciou a conclusão de um acordo entre o governo federal da Nigéria e o Boko Haram, nesta sexta-feira.

Pouco antes do anúncio, o principal secretário da presidência nigeriana, Hassan Tukur, disse à AFP que o grupo "aceitou libertar as meninas de Chibok". Já o porta-voz dos Serviços de Segurança da Nigéria declarou que ainda não há um acordo sobre a libertação das adolescentes.

"Esse aspecto ainda não foi alcançado, mas estamos nos aproximando cada vez mais", afirmou o responsável pelo Centro Nacional de Informação, Mike Omeri.

Tukur contou que representou o governo em duas reuniões com os rebeldes islâmicos no Chade, com mediação do presidente desse país, Idriss Deby.

Ndjamena não confirmou a informação, mas fontes do Departamento chadiano de Segurança disseram que o governo local participou das discussões. O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, esteve no país vizinho no mês passado.

Muitos analistas questionam a credibilidade de Danladi Ahmadu - o homem que, segundo Tukur, representou o Boko Haram na mesa de negociações. Para esses especialistas, se o cessar-fogo tivesse sido de fato fechado, o próprio líder dos insurgentes, Abubakar Shekau, teria feito o anúncio.

Danladi Ahmadu falou na rádio local, nesta sexta-feira, e disse ser o chefe de segurança do grupo. Suas explicações sobre o "status" das discussões foram vagas, e ele sequer mencionou as adolescentes sequestradas. Além disso, garantiu nunca ter se reunido com o líder Shekau.

Em vídeos divulgados desde 2012, Abubakar Shekau sempre negou que negociações estivessem em andamento com o governo e sempre afirmou que o norte da Nigéria, de maioria muçulmana, não terá paz até a aplicação estrita da "sharia" (a lei islâmica).

A possibilidade de um cessar-fogo surge no momento em que se espera o anúncio, por parte do presidente Jonathan, de sua tentativa de reeleição. O país vai às urnas em fevereiro de 2015.

Nesta sexta à noite, o ministro camaronês da Defesa anunciou que oito militares desse país e 107 membros do Boko Haram morreram em intensos confrontos na quarta e quinta-feira, no norte de Camarões, perto da fronteira com a Nigéria.

Diferentes fontes de segurança relataram que, antes de enfrentar o Exército camaronês, o grupo islâmico matou dezenas de civis em Amchidé, além de queimar igrejas e uma mesquita.

Há vários meses, o Boko Haram vem intensificando suas incursões armadas no país vizinho, obrigando o governo de Camarões a enviar reforços militares para o extremo norte do país.

Foto: Arte Terra

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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