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África

Estado Islâmico assume ataque que matou 38 na Tunísia

Grupo terrorista tem pedido a seus seguidores que intensifiquem ataques durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã

27 jun 2015 - 07h26
(atualizado às 07h41)
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Segurança foi reforçada após ataque em praia tunisiana
Segurança foi reforçada após ataque em praia tunisiana
Foto: AFP

O grupo autodenominado 'Estado Islâmico' assumiu a autoria do ataque a uma praia na Tunísia que deixou 38 mortos, entre eles diversos estrangeiros.

O atirador responsável pelo ataque na cidade turística de Sousse na sexta-feira foi morto. Ele foi identificado como o estudante Seifeddine Rezgui e não era conhecido pelas autoridades.

Autoridades de segurança disseram que o autor do ataque estava vestido como um banhista e carregava um rifle sob um guarda-sol. Ele iniciou os disparos na praia antes de entrar no Hotel Imperial Marhaba, onde continuou a atirar.

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O primeiro-ministro tunisiano, Habib Essid, anunciou uma operação de segurança, que incluirá o fechamento de 80 mesquitas acusadas de "espalhar propaganda e veneno para promover terrorismo".

"O país está sob ameaça; o governo está sob ameaça", disse Essid em entrevista coletiva na capital, Tunis

O governo agirá contra partidos e grupos "agindo fora da Constituição", disse o premiê, o que poderá incluir o fechamento de tais organizações. Além disso, reservistas do Exército serão enviados a locais históricos e turísticos.

"Sem a cooperação de todos e uma demonstração de união, não poderemos vencer esta guerra. Vencemos algumas batalhas e perdemos outras, mas nosso objetivo é vencer a guerra", disse Essid.

Corpos ficaram espalhados pela praia após atirador abrir fogo em Sousse
Corpos ficaram espalhados pela praia após atirador abrir fogo em Sousse
Foto: Reuters

O 'Estado Islâmico' disse que o local atacado era um "antro do vício". O atirador foi identificado com o nome de guerra de Abu Yahya al-Qayrawani. Perfis em redes sociais próximas ao grupo mostraram fotos dele.

O 'EI' tem pedido a seus seguidores que intensifiquem ataques durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã.

Entre os mortos, estão britânicos, franceses, alemães, belgas e tunisianos.

Este foi o maior ataque na história recente da Tunísia, e o segundo a turistas desde março, quando militantes mataram 22 pessoas, a maioria estrangeiros, no museu Bardo, em Tunis.

O turismo é um dos pilares da economia tunisiana e responde a cerca de 15% do Produto Interno Bruto local. Em 2014, 6,1 milhões de turistas foram ao país.

'Vi alguém levar um tiro'

Alguns turistas britânicos estavam na praia onde aconteceu o ataque e contaram ter ouvido algo que parecia um tiroteio, com muitas balas vindo na direção da praia.

Turistas foram retirados das praias de Sousse e levados a hotéis
Turistas foram retirados das praias de Sousse e levados a hotéis
Foto: AFP

Gary Pine era um dos que estava na região e disse que o pânico tomou conta dos turistas quando os primeiros tiros foram ouvidos. "Parecia que estava acontecendo a pouco mais de 100 metros da gente. As pessoas começaram a correr para todas as direções."

"Foi confuso, ninguém sabia o que tinha acontecido. Minha mulher gritava para meu filho sair do mar, enquanto ele corria e dizia: 'Acabei de ver alguém levar um tiro!'"

A britânica Debbie Horsfall, de Huddersfield, estava na praia com a amiga quando os tiros começaram. "Minha amiga levantou e viu um homem atirando. Nós levantamos e corremos, mas não sabíamos para onde ir."

Turistas deixam a Tunísia após ataque que matou 38
Turistas deixam a Tunísia após ataque que matou 38
Foto: AFP

"Nós estávamos aqui apenas por dois dias – viemos na quarta. Voltamos para os nossos quartos, mas não nos sentimos seguras. Nós só queremos ir embora agora. Por enquanto, o hotel e a praia estão interditados."

Aviões estão sendo organizados por empresas de turismo britânicas para retirar visitantes do país e viagens agendadas para os próximos dias foram canceladas.

Terra News: França, Tunísia e Kuwait são alvos de atentados:
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