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A morte suspeita que gerou comoção no país com menos de 2 assassinatos ao ano

24 jan 2017 - 09h53
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Desaparecimento de Birna Brjansdottir levou à maior operação de busca já feita na Islândia, segundo imprensa local
Desaparecimento de Birna Brjansdottir levou à maior operação de busca já feita na Islândia, segundo imprensa local
Foto: Foto cedida pela polícia de Reykjavik / BBC News Brasil

Em um país onde ocorrem em média dois assassinatos por ano, o desaparecimento e morte de uma jovem gerou uma grande comoção.

Autoridades da Islândia estão interrogando dois pescadores da Groenlândia sobre o possível homicídio de Birna Brjansdottir, de 20 anos.

Um grupo de médicos forenses examina seu corpo, encontrado no domingo em uma praia no sul da capital, Reykjavik, uma semana após Birna ter desaparecido após passar uma noite com amigos na cidade.

Quando ela desapareceu, segundo a imprensa local, foi acionada a maior operação de busca e resgate na história do país, em que mais de 725 voluntários cobriram cerca de 7 mil km. A ilha é habitada por 330 mil pessoas.

"A nação inteira esperava ansiosa que ela aparecesse com vida", diz a escritora islandesa Yrsa Sigurdardottir à BBC.

"Não costumamos andar com armas ou facas aqui. Os assassinatos costumam ser por causa de brigas violentas. Todos nós nos conhecemos."

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Autoridades da Islândia obrigaram navio de pesca a voltar ao porto de Reykjavik
Autoridades da Islândia obrigaram navio de pesca a voltar ao porto de Reykjavik
Foto: EPA / BBC News Brasil

A polícia informou que está tratando o caso como um assassinato, destaca o correspondente da BBC Mike Sanders.

"Havia marcas de sangue da vítima em um carro alugado que pode estar ligado a um dos pescadores. Um dos sapatos da jovem foi achado próximo de onde o barco no qual ele trabalha estava ancorado."

Um grupo de policiais de elite do país voou de helicóptero no domingo até o navio, que já havia zarpado, para interrogar os tripulantes.

A operação terminou com a embarcação sendo obrigada a retornar ao porto e a prisão de dois homens de 30 anos.

Câmeras de segurança mostram a jovem caminhando sozinha à noite pelas ruas de Reykjavik
Câmeras de segurança mostram a jovem caminhando sozinha à noite pelas ruas de Reykjavik
Foto: EPA / BBC News Brasil

Imagens de câmeras de segurança mostram a vítima caminhando pelas ruas da cidade às 5h da madrugada de 14 de janeiro, informou a agência de notícias AFP.

Também foi registrado em vídeo, às 6h30 do mesmo dia, um carro vermelho pequeno estacionado próximo ao navio dos pescadores.

O automóvel é idêntico ao que foi avistado próximo do último local onde Brjansdottir foi vista com vida.

Desde 2001, ocorrem na Islândia em média 1,8 assassinatos por ano, segundo dados da polícia. A maioria dos criminosos agiram embriagados ou tinham algum problema mental.

O Instituto para Econonomia e Paz, um centro de estudos sobre violência baseado na Austrália, classificou em seu Índice Global da Paz de 2016 a Islândia como o país mais pacífico do mundo.

A ilha obteve 1,192 pontos em uma escala de 1 a 5, em que 1 representa a ausência total de conflitos. O Brasil aparece na 105ª posição, com pontuação de 2,176.

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