Morre Lindomar Castilho, cantor que matou ex no palco
Morte do cantor em 2025 traz de volta os detalhes do crime ocorrido em 1981, quando a artista foi atingida por disparos durante apresentação em São Paulo
A morte do cantor Lindomar Castilho, ocorrida neste sábado (20), retoma os registros sobre o assassinato de sua ex-esposa, Eliane de Grammont, em 1981. O episódio ocorreu em uma casa de shows na capital paulista, onde a cantora foi atingida por disparos de arma de fogo enquanto realizava uma apresentação musical.
Lindomar Castilho e Eliane de Grammont foram casados entre os anos de 1979 e 1981. O vínculo teve início na gravadora RCA e resultou no nascimento de uma filha, Liliane. Relatos do período indicam que o convívio do casal era marcado por conflitos motivados por ciúmes e consumo de álcool por parte do cantor. Após episódios de violência física, Eliane solicitou a separação judicial.
No dia 30 de março de 1981, Lindomar Castilho entrou no estabelecimento Belle Époque, em São Paulo. No momento em que Eliane interpretava a composição "João e Maria", de Chico Buarque, o cantor efetuou cinco disparos contra ela. A motivação apontada foi o ciúme que o artista nutria em relação ao violonista Carlos Randall, seu primo, que acompanhava Eliane na apresentação.
Eliane de Grammont faleceu aos 26 anos, durante o trajeto para a unidade hospitalar. O músico Carlos Randall também foi atingido por um disparo, mas sobreviveu. Lindomar Castilho tentou evadir-se do local, porém foi contido por frequentadores do estabelecimento até a chegada das autoridades.
Em 1984, o cantor foi condenado por homicídio. O cumprimento da pena ocorreu da seguinte forma:
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Regime fechado: de 1984 até 1986.
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Regime semiaberto: a partir de 1986.
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Extinção da pena: ocorreu em 1996, quando o cantor obteve a liberdade total.
Liliane, filha do casal, comunicou o falecimento do pai mencionando o impacto do crime na estrutura familiar. Em suas redes sociais, ela descreveu o evento como um desvio de conduta que resultou na perda da mãe e na transformação da figura paterna. Sobre a questão do perdão, Liliane afirmou tratar-se de um processo subjetivo ligado à evolução humana e à superação de comportamentos socioculturais.
Carlos Randall, em depoimento prestado em 2022, relatou as dificuldades de retornar à carreira artística após o atentado e as implicações psicológicas de ter sobrevivido ao ataque que vitimou sua colega de palco.
A trajetória de Lindomar Castilho, conhecido anteriormente como "Rei do Bolero", permaneceu vinculada ao caso jurídico que interrompeu sua ascensão profissional na década de 1980.