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Lula faz chamada de vídeo com Trump e pede fim do tarifaço

6 out 2025 - 13h21
(atualizado às 14h02)
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É a primeira conversa entre os dois presidentes desde julho, quando americano anunciou taxação de produtos brasileiros. Ligação, segundo Trump, foi "muito boa". Líderes avaliam possível encontro presencial.O presidente Luiz Inácio Lula da Silvaparticipou nesta segunda-feira (06/10) de uma videoconferência com seu homólogo americano, Donald Trump, semanas após o breve encontro entre os dois líderes na Assembleia Geral da ONU, nos EUA.

Lula e Trump discutiram tarifaço e sanções do governo americano contra autoridades brasileiras
Lula e Trump discutiram tarifaço e sanções do governo americano contra autoridades brasileiras
Foto: DW / Deutsche Welle

Segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, os presidentes discutiram as tarifas impostas pela Casa Branca contra produtos brasileiros e abriram um canal de negociação entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

"O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras", disse o governo brasileiro em nota.

O Planalto também disse que Lula se dispôs a viajar aos Estados Unidos ou encontrar Trump na cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), que ocorre na Malásia no final de outubro, e reiterou convite ao americano para que vá à COP30, em Belém.

Ligação foi "muito boa", diz Trump

Após a reunião, que durou 30 minutos, Haddad afirmou que o diálogo foi "positivo". Avaliação semelhante foi feita por Trump, que disse que o diálogo entre os dois deve continuar.

"Discutimos muitas coisas, mas o foco principal foi economia e comércio", escreveu o americano em sua rede social, a Truth Social. "Teremos novas discussões, e vamos nos reunir em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos EUA. Gostei da ligação - nossos países vão se dar muito bem juntos!"

À agência de notícias Reuters, Alckmin disse que a ligação foi "ainda melhor do que esperávamos", e que os dois presidentes trocaram seus números de telefone pessoal.

A conversa era esperada por parte do governo brasileiro desde julho, quando Trump anunciou tarifas de 50% contra produtos brasileiros em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por envolvimento na trama golpista.

Na ocasião, além do tarifaço, o presidente americano também abriu uma investigação comercial contra o Brasil, mirou o Pix, e divulgou uma carta na qual reiterou seu apoio a Bolsonaro diante do que chamou de "caça às bruxas".

Também sancionou autoridades brasileiras como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, submetido a vetos de viagem e financeiros sob a Lei Magnitsky, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que teve seu visto americano cancelado.

Brasil tenta espaço para negociação desde julho

Desde julho, Haddad e Alckmin, que também participaram da videoconferência, tentavam sem sucesso abrir canais diretos de negociação com a Casa Branca. As tensões escalaram com a continuidade do julgamento da trama golpista e o sinal dado por Lula de que não iria interferir na atuação da Justiça ou acatar uma anistia que beneficie Bolsonaro.

A atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, junto a autoridades americanas levou a Procuradoria-Geral da República a denunciá-lo por coação em processo judicial.

Ao assinar a ordem executiva que consolidou a ameaça tarifária, porém, o governo Trump abriu exceção para cerca de 700 produtos, o que aliviou a pressão sobre o plano elaborado pelo governo brasileiro para auxiliar os produtores afetados pelas medidas. Em agosto, o americano falou que aceitaria conversar com Lula, ainda que tenha reiterado sua ofensiva verbal contra a Justiça brasileira.

A celeuma se ampliou também sobre as big techs. Os EUA alegam que empresas americanas têm a atuação restringida no Brasil devido às regras de responsabilização por conteúdos publicados nas plataformas. Propondo um "diálogo construtivo", o Ministério das Relações Exteriores respondeu à investigação comercial americana, mas levou a disputa àOrganização Mundial do Comércio (OMC).

Trump anunciou reunião em discurso na ONU

O capítulo mais recente da queda de braço se deu na Assembleia Geral das Nações Unidas, quando Lula e Trump se encontraram rapidamente entre seus discursos. O brasileiro, primeiro a falar, criticou duramente as políticas unilaterais do americano, sem citá-lo diretamente.

Já Trump, apesar de reiterar ataques contra o Brasil, mudou de tom, disse que Lula "parece um homem muito agradável" e que teve com ele "uma química excelente" após um encontro de 30 segundos nas dependências da ONU. Ele prometeu, então, realizar uma reunião para discutir a questão tarifária.

O governo brasileiro afirma que os dois relembraram, nesta segunda-feira, a "boa química" e "a impressão positiva" que tiveram um do outro no encontro.

O próprio americano teria dito a Lula na ocasião que a breve conversa entre eles na ONU foi uma das "poucas coisas boas" daquele evento, segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

gq/ra (ots)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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