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Lula conversou com Maduro sobre pressão dos EUA, diz governo

11 dez 2025 - 20h01
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Ligação aconteceu na semana passada. Presidente brasileiro também pediu para homólogo americano evitar guerra na região. Casa Branca ampliou sanções contra empresas venezuelanas.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou na semana passada com seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, sobre a pressão militar americana sobre o Caribe e a América do Sul, segundo informou o governo brasileiro nesta quinta-feira (11/12).

Lula dialogou sobre situação no Caribe com Maduro, em primeira conversa entre os dois líderes após reeleição do venezuelano. Imagem de arquivo: 29/05/2023;
Lula dialogou sobre situação no Caribe com Maduro, em primeira conversa entre os dois líderes após reeleição do venezuelano. Imagem de arquivo: 29/05/2023;
Foto: DW / Deutsche Welle

Os dois líderes realizaram uma "rápida", disse o Palácio do Planalto, acrescentando que não houve novos desdobramentos após o contato, ocorrido fora da agenda oficial. "Telefonema rápido, acertado entre as duas partes, na semana passada, para tratar de paz na América do Sul e no Caribe", disse o governo em nota enviada à GloboNews.

Essa foi a primeira conversa entre eles desde antes da eleição presidencial do ano passado na Venezuela. Na ocasião, o governo brasileiro e observadores internacionais contestaram a autoproclamada reeleição de Maduro, o que gerou tensões entre os países.

Segundo o jornal O Globo, Lula manifestou preocupação com o aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe, à medida que o presidente americano Donald Trump intensifica a pressão contra o regime de Maduro.

Trump tem repetidamente levantado a possibilidade de intervenção militar na Venezuela, acusando o país de facilitar o narcotráfico. Os EUA já realizaram mais de 20 ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas, o que tem gerado preocupações chefes de governo latino-americanos e especialistas jurídicos.

Nesta quarta-feira, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, pediu publicamente ao Brasil, Colômbia e México que se unissem em defesa da América Latina.

Lula pede a Trump evitar guerra

Em conversas anteriores com Trump, Lula já havia se oferecido para atuar como mediador em negociações entre os EUA e a Venezuela. No dia 2 de dezembro, os dois líderes realizaram uma ligação de 40 minutos na qual trataram principalmente das barreiras tarifárias contra o Brasil.

No entanto, em um evento em Belo Horizonte nesta quinta-feira, Lula afirmou que conversou com seu homólogo americano também sobre a situação venezuelana.

"Eu falei para o Trump: 'nós não queremos guerra na América Latina, somos uma zona de paz'", disse Lula. Segundo o presidente, Trump teria respondido que os EUA têm poderio militar maior do que o de Caracas.

"Eu falei que acredito mais no poder da palavra do que no poder da arma. Vamos tentar utilizar a palavra como instrumento de convencimento, de persuasão para fazermos as coisas certas", afirmou.

EUA apreendem navio petroleiro

No entanto, a mediação proposta por Lula não arrefeceu as tensões. Trump vem aumentando a pressão sobre a Venezuela há meses, com um grande reforço naval na região, acompanhado de ataques contra embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas, que já resultaram na morte de cerca de 90 pessoas.

Nesta quarta-feira, os Estados Unidos apreenderam um navio petroleiro na costa da Venezuela acusado de transportar combustível sancionado da Venezuela e do Irã. O navio petroleiro seguirá para um porto americano para que seu conteúdo seja confiscado, informou a Casa Branca. A apreensão de quarta-feira foi a primeira de uma carga de petróleo venezuelano desde que as sanções dos EUA entraram em vigor em 2019.

Casa Branca impõe novas sanções

Já na quinta-feira, a Casa Branca anunciou novas sanções contra a Venezuela, impondo restrições a três sobrinhos da esposa de Nicolás Maduro, acusados de vínculo com o narcotráfico, além de seis petroleiros e empresas de transporte marítimo ligados a eles.

Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, as empresas "adotaram práticas de navegação enganosas e inseguras e continuam fornecendo recursos financeiros que alimentam o regime corrupto e narco-terrorista de Maduro". Fontes disseram à agência de notícias Reuters nesta quinta-feira que o governo planeja novas apreensões de navios.

Já os sobrinhos da primeira-dama venezuelana Cilia Flores foram presos no Haiti em 2015, em uma operação da Agência Antidrogas dos EUA, e foram condenados em 2016 por tentativa de realizar um negócio milionário de cocaína. Após receberem pena de prisão de 18 anos, foram libertados em 2022 em uma troca de prisioneiros com a Venezuela.

Maduro e seu governo negam veementemente qualquer ligação com o crime. O presidente russo, Vladimir Putin, expressou apoio a Caracas nesta quinta-feira, durante uma ligação telefônica com seu aliado Maduro.

gq (Reuters, AFP, OTS)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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