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Justiça revoga prisão domiciliar e manda bolsonarista que matou petista a presídio

Juiz destacou que Complexo Médico Penal tem as condições adequadas para receber o réu

12 ago 2022 - 19h48
(atualizado às 19h56)
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Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado (agravado) por motivo torpe
Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado (agravado) por motivo torpe
Foto: Reprodução | Facebook / BBC News Brasil

A Justiça do Paraná revogou nesta sexta-feira, 12, a prisão domiciliar do policial penal Jorge Guaranho e determinou que ele seja transferido para o Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele é réu pela morte do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda

A mudança ocorre após ter sido encaminhado um novo documento que afirma que o Complexo Médico Penal tem condições adequadas para receber Guaranho.

"O Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná, notadamente por seu Complexo Médico Penal, possui condições de garantir a manutenção diária das necessidades básicas do custodiado com supervisão contínua, levando em consideração as informações do Relatório de Evolução Médica do paciente, bem como atesta que não há óbice estrutural para o recebimento do custodiado", destaca na decisão o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu. 

Diante disso, o magistrado afirmou que não é mais necessário manter a prisão domiciliar, que, segundo explica, tinha caráter “temporário e excepcional”. "Determino o imediato recambiamento do réu Jorge José da Rocha Guaranho ao Complexo Médico Penal,ambiente prisional mais adequado ao caso", destacou o juiz. 

O Terra tenta localizar o advogado de Guaranho. 

Relembre o caso

Na noite de 9 de julho, Guaranho, assumidamente apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi até a Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, onde ocorria a festa de aniversário de 50 anos de Arruda, decorada com as cores do Partido dos Trabalhadores (PT) e com fotos do ex-presidente Lula.

O policial penal chegou em um carro, com a esposa e o filho de três meses no banco de trás, tocando no rádio do veículo, em volume alto, uma música da campanha de Bolsonaro nas eleições de 2018 e gritando palavras como "Mito" e "Aqui é Bolsonaro".

Após um desentendimento entre os dois, o bolsonarista saiu prometendo retornar para matar o petista. E ele cumpriu a promessa. Pouco tempo depois, chegou na festa atirando contra Arruda, que revidou e acertou até seis tiros no bolsonarista. Após cair no chão, Guaranho também foi agredido com pelo menos 20 chutes de convidados, conforme imagens das câmeras de segurança do local. Essas pessoas estão sendo investigadas em um inquérito separado.

Desde o ocorrido, no início de julho, o bolsonarista estava internado em uma unidade de saúde de Foz do Iguaçu. 

Guaranho teve alta na quarta-feira, 11, do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, onde estava sob custódia policial, por estar em prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele foi denunciado por homicídio duplamente qualificado, por motivação fútil e por colocar em risco a vida das pessoas. 

Após a alta, a Justiça concedeu prisão domiciliar a ele. Devido à decisão, o filho do petista divulgou uma nota em seu perfil do Instagram, em que expressou seu "total desapontamento" com a Justiça. Leonardo afirmou que, enquanto ele e os irmão não têm mais a presença do pai para comemorar o Dia dos Pais, Guaranho poderia celebrar a data ao lado da família em casa, mesmo sendo réu por homicídio.

Fonte: Redação Terra
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