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Japão: primeiro-ministro é reeleito com governo minoritário

11 nov 2024 - 08h21
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Shigeru Ishiba, primeiro-ministro do Japão, foi reeleito para o cargo. Ele foi reconduzido ao poder em uma votação parlamentar, mas enfrentará o desafio de liderar um governo minoritário após um desempenho insatisfatório nas eleições legislativas recentes.

Shigeru Ishiba (ao centro) foi reeleito primeiro
Shigeru Ishiba (ao centro) foi reeleito primeiro
Foto: ministro do Japão - @kantes/Escritório do primeiro-ministro/Reprodução/X / Perfil Brasil

A eleição de Ishiba no Parlamento contou com 221 votos favoráveis, comparados a 160 para seu rival Yoshihiko Noda, do Partido Democrático Constitucional (PDC). Segundo o g1, como o processo não alcançou maioria absoluta na primeira votação, uma segunda rodada foi necessária, algo inédito desde 1994.

Impacto das eleições legislativas no Partido Liberal Democrático?

As eleições legislativas de outubro trouxeram um golpe para o atual governante Partido Liberal Democrático (PLD), com o partido obtendo seu pior resultado desde 2009. A população decidiu expressar seu descontentamento frente aos escândalos financeiros associados ao PLD e à inflação crescente no Japão.

Isso resultou em uma perda significativa de assentos no Parlamento, incluindo cadeiras ocupadas por ministros, criando um impasse político.

Esse contexto deixou o PLD, junto com seu aliado Komeito, sem a maioria absoluta na Câmara Baixa, o que compromete sua capacidade de governar sem o apoio da oposição. Com a política japonesa agora em um "beco sem saída", há uma necessidade urgente de negociações para avançar em qualquer legislação crucial.

Desafios de Shigeru Ishiba como primeiro-ministro

Assumindo um governo em minoria, Ishiba enfrenta um panorama repleto de desafios significativos. Entre eles está a necessidade de aprovar o orçamento do governo no inverno do hemisfério norte, o que exigirá negociações e concessões substanciais. Para conseguir manter-se no poder, alianças com partidos menores, como o Partido Democrático Popular (PDP), são imprescindíveis.

O PDP demonstrou disposição para colaborar pontualmente, mas exigiu contrapartidas em forma de cortes fiscais e subsídios energéticos, medidas que poderiam impactar negativamente as receitas fiscais do governo. Além disso, Ishiba também deve lidar com insatisfações dentro do próprio PLD, que sofre perdas consideráveis em seu número de assentos parlamentares.

Opinião pública  do Japão: a reação ao atual cenário político

A popularidade do governo Ishiba encontra-se em níveis preocupantes, pouco acima de 30%, conforme revelado por pesquisas recentes. Apesar disso, uma parcela significativa da população acredita que ele deveria manter sua posição como líder do governo. A reeleição de Ishiba surge em um momento critico e os próximos meses serão decisivos para determinar se ele conseguirá superar os obstáculos políticos e manter um governo funcional.

"Para permanecer no poder, Ishiba deve aprovar o orçamento do governo neste inverno [hemisfério norte, verão no Brasil]. Isto significa que o PLD terá que fazer concessões e buscar alianças", explicou à AFP Tomoaki Iwai, professor da Universidade de Nihon.

Perfil Brasil
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