A aproximação de Lula com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, rendeu o episódio de maior destaque da diplomacia brasileira, em maio deste ano. Em acordo costurado por Lula e pelo primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o Irã concordou em enviar urânio para ser enriquecido no exterior, na tentativa de evitar uma nova rodada de sanções do Conselho de Segurança da ONU, liderado pelos Estados Unidos, que via no programa nuclear iraniano uma ameaça à paz no Oriente Médio.
O acordo foi comemorado por Lula como uma "vitória da diplomacia", mas foi recebido com cautela e ceticismo por grande parte da comunidade internacional. Em junho, o Brasil se posicionou contrário à aplicação de novas sanções ao Irã, mas não evitou a aprovação da medida no Conselho de Segurança da ONU.
Apesar da derrota, Lula manteve o papel de interlocutor entre o Irã e as potências mundiais em outros impasses diplomáticos. Em agosto, o governo brasileiro ofereceu asilo à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento no Irã sob acusação de adultério, mas a proposta foi rejeitada pelo Irã. Em setembro, o Itamaraty ajudou a libertar a americana Sarah Shourd, que ficou 14 meses presa no Irã, acusada de ser uma espiã.
