Influenciadoras são acusadas de fazer publicidade para empresa suspeita de tráfico humano
As influenciadoras MC Thammy, Catherine Bascoy, Aila Loures, Raphaela Nogueira e Isabella Duarte publicaram propaganda de um programa da Rússia chamado Start.
As influenciadoras MC Thammy, Catherine Bascoy, Aila Loures, Raphaela Nogueira e Isabella Duarte publicaram vídeos fazendo propaganda de um programa de intercâmbio para a Rússia chamado Start.
O programa ofereceria vagas de emprego para mulheres de 18 a 22 anos, com salário de até US$ 680 mensais.
No programa estariam inclusos transporte e hospedagem pagos, além de aulas de russo, seguro médico e toda a documentação de imigração garantida. As vagas seriam para diversas áreas, como hospitalidade, alimentação, logística, produção e outras.
A história começou a ganhar notoriedade nas redes sociais quando Guga Figueiredo, conhecido por desmascarar e denunciar golpes na internet, publicou um vídeo relatando que a empresa não parecia possuir regulamentação, CNPJ ou telefone no Brasil.
O Programa Start é na verdade uma iniciativa de recrutamento gerenciada pela Alabuga Start, um braço da Zona Econômica Especial de Alabuga, localizada na República do Tartaristão, Rússia - onde são fabricados milhares de drones de ataque e reconhecimento usados pelo serviço militar russo.
Oficialmente, trata-se de um empreendimento que oferece vagas de emprego para jovens mulheres da África, Ásia e América Latina. No entanto, investigações relatam que as mulheres acabam trabalhando em fábricas de drones militares.
Todas foram às redes sociais nesta semana para se retratar.
A funkeira MC Thammy declarou que jamais apoiaria algo que fosse "prejudicial às pessoas". Segundo ela, a publicidade foi contratada porque foi possível verificar a existência da empresa, com documentações e fotos, e porque a propaganda também estava sendo feita "por influenciadores muito grandes".
A cantora apagou o vídeo após as repercussões negativas.
"Devolvi e ativei a equipe jurídica para cuidar do caso e estamos acompanhando tudo de perto", afirmou.
Catherine Bascoy também afirmou ter feito a verificação antes de fechar o contrato.
"Minha participação se limitou exclusivamente à publicidade contratada, sem qualquer envolvimento com a administração ou a operação da empresa", destacou. "Ao meu ver, tudo parecia estar em conformidade."
Da mesma forma, Aila Loures relaou que as acusações vão contra tudo o que ela acredita.
"A publicidade em específico chegou ao meu escritório, passou pelo crivo jurídico do meu escritório, as informações foram completamente averiguadas, teve confirmação da existência da empresa na Rússia", explicou, em vídeo publicado nos Stories do Instagram.
Estadão Conteúdo