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Guilherme Mazieiro

Piada sobre prisão, cobranças e fim da reeleição, como foi a reunião de Lula com senadores

Lideranças querem reuniões constantes com Lula para tratar de pautas econômicas e reformas; Lula se disse contrário ao fim da reeleição

6 mar 2024 - 08h13
(atualizado às 08h24)
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Lula se reúne com lideranças do Senado no Palácio da Alvorada
Lula se reúne com lideranças do Senado no Palácio da Alvorada
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O encontro marcado como happy hour entre senadores e o presidente Lula (PT) foi positivo e em tom de confraternização com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e lideranças. Ainda que não tenha havido reclamações abertas sobre a relação entre os dois poderes, o presidente ouviu pedidos para que haja mais aproximação e encontros regulares para ajustar temas e a condução política. Os pedidos foram feitos por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Otto Alencar (PSD-BA), parlamentares de duas bancadas aliadas ao governo, mas que têm integrantes trabalhando na oposição.

A coluna conversou com dois ministros e dois senadores que estiveram no encontro e pediram para manter seus nomes reservados. Essas fontes relataram que a reunião foi descontraída, sem objetivo de discutir pautas específicas e queixas sobre a condução política do Planalto.

No clima amistoso coube, inclusive, uma piada do presidente do Senado, agradecendo Lula pela vitória nas eleições, caso contrário, ele e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, estariam presos. A referência de Pacheco é sobre a minuta do golpe, que segundo a Polícia Federal, foi discutida nas articulações para um golpe no país por Jair Bolsonaro (PL) e seus ex-ministros. O ex-presidente é investigado e nega crimes.

 A reunião durou aproximadamente 1h30, na noite desta terça, 6, no Palácio da Alvorada - residência oficial da Presidência. No encontro foram servidos pães de queijos e tipos de queijo.

Pacheco foi o primeiro a falar, avaliando que foi positiva a relação com o Planalto em 2023. 

O senador mineiro disse que a grande maioria das pautas econômicas foram aprovadas pela casa, dando mais credibilidade ao país. Ele agradeceu publicamente à condução de Alexandre Padilha (Relações Institucionais). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi elogiado pela condução e negociação de projetos.

Alguns temas foram abordados superficialmente, como a pauta para reforma política discutida no Senado. Pacheco defende um texto que dê fim à reeleição de presidente, estipulando um período maior de mandato. A ideia é que a medida, se aprovada, não impacte os atuais chefes de executivo e tenha efeito após 2030. Lula, ainda que não seja afetado pela eventual mudança, fez colocações contrárias, dizendo que não está convencido da pauta.

O senador destacou que é natural haver discordâncias de entendimento, mas sem que isso reflita em tensões e cobranças públicas. Ainda que não tenha explicitado, os presentes entenderam que ele se referia à posição do Senado que condenou as falas de Lula sobre o holocausto.

“O próprio presidente salientou que é dele, que ele gosta de encontros e reuniões políticas. Ele não se furta a ter esses contatos, tem uma capacidade de envolver-se muito grande. E ficou combinado que vamos fazer isso, manter essas reuniões regulares”, disse à coluna o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

Participaram do encontro:

Os ministros:

Alexandre Padilha (Relações Institucionais);

Fernando Haddad (Fazenda);

Paulo Pimenta (Secom);

Rui Costa (Casa Civil)

Valmir Prascidelli - secretário do Ministério de Relações Institucionais; 

Os senadores:

Beto Faro (PT-PA), líder do PT; 

Davi Alcolumbre (União-AP); presidente da Comissão de Constituição e Justiça

Efraim Filho (União-PB), líder do União Brasil

Eliziane Gama (PSD-MA); 

Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado; 

Jorge Kajuru (PSB-GO), líder do PSB; 

Marcelo Castro (MDB-PI), vice-líder do MDB; 

Omar Aziz (PSD-AM); 

Otto Alencar (PSD-BA), líder do PSD; 

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado; 

Renan Calheiros (MDB-AL), líder da Maioria; 

Randolfe Rodrigues (sem partido), líder do governo no Congresso;

Veneziano Rego (MDB-PB), vice-presidente do Senado; 

Weverton (PDT-MA), líder do PDT; 

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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