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Guilherme Mazieiro

Netanyahu recebe terceiro político da oposição a Lula em uma semana

Pastor Marco Feliciano (PL-SP) disse que Lula não o representa, primeiro-ministro respondeu: "tenho certeza"; veja vídeo

21 mar 2024 - 15h32
(atualizado às 16h12)
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Benjamin Netanyahu e deputado Marco Feliciano, em Israel
Benjamin Netanyahu e deputado Marco Feliciano, em Israel
Foto: Reprodução

O deputado Pastor Marco Feliciano (PL-SP), aliado de longa data de Jair Bolsonaro (PL), se encontrou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta quinta, 21, em Tel Aviv. Ele é o terceiro político da oposição ao governo Lula (PT) recebido por Netanyahu nesta semana. Na conversa, o deputado disse que acredita em Israel e que Lula não o representa, o primeiro-ministro respondeu dizendo: “tenho certeza”.

“Acreditamos em Israel, amamos Israel e Lula não nos representa”, disse Feliciano. Na sequência, Netanyahu respondeu: “tenho certeza”. É possível ouvir risadas após a fala de Netanyahu. A conversa consta em um vídeo de 29 segundos, editado e enviado à coluna pelo deputado e postado em suas redes sociais. Durante o diálogo, o primeiro-ministro fala sobre Jerusalém, dizendo que é o local onde cresceu o cristianismo, islamismo e judaísmo.

Veja o vídeo:

'Lula não nos representa', diz Marco Feliciano a Benjamin Netanyahu em encontro em Israel:

O parlamentar foi a terceira autoridade brasileira da oposição recebida por Netanyahu nesta semana. Os governadores de São Paulo e Goiás, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União Brasil), estiveram com o primeiro-ministro nesta quarta, 20. O Planalto, em nota, disse as falas dos governadores ditorcem a posição do Brasil sobre a guerra. A oposição a Lula e segmentos evangélicos intensificaram a defesa de Israel após a crise diplomática provocada pela fala de Lula que comparou os ataques à Faixa de Gaza com o Holocausto - assassinato em massa de 6 milhões de judeus e grupos perseguidos pelo regime nazista na Segunda Guerra Mundial.

Segundo Feliciano, a tradução simultânea da conversa foi feita pelo diretor-geral de gabinete de Netanyahu, Yossi Shelley. Considerado um amigo de Bolsonaro, Shelley foi embaixador de Israel no Brasil no governo anterior. A fala em hebraico foi checada pela coluna no tradutor do Google.

O deputado contou que se encontrou com o ministro de Relações Exteriores, Israel Katz, e assessores de Netanyahu. O parlamentar disse que nesses encontros não falaram sobre o pedido de cessar-fogo proposta pelos Estados Unidos à Organização das Nações Unidas (ONU). Os americanos são os principais aliados de Netanyahu e até então se posicionavam contra as diversas tentativas de pausar o conflito.

O parlamentar comentou que o entorno do primeiro-ministro ainda considera Lula “persona non grata” e espera pedido de desculpas pelas comparações com o Holocausto.

Viagem a convite

O parlamentar contou que foi à Israel por convite e às custas da Embaixada Cristã Internacional de Jerusalém (ICEJ), junto com o apóstolo Renê Terra Nova, fundador do Ministério Internacional da Restauração, em Manaus. Segundo Feliciano, a organização internacional ICEJ ajuda em serviços humanitários na região e selecionou representantes de diferentes partes do mundo para a viagem. 

Um dos objetivos do roteiro por Israel, contou, é demonstrar apoio ao país e ajudar na divulgação sobre “a verdade do que acontece” na guerra contra o Hamas. O parlamentar contou que ao longo da semana se reuniu com representantes do governo, que mostraram táticas do Hamas usando civis como escudo. Ele visitou locais atacados pelo Hamas, em outubro de 2023.

“Não tem outra forma, se [Israel] se mostrar ser fraco, o Irã e o mundo árabe, que odeiam Israel, poderiam todos se insurgir”, disse Feliciano à coluna. 

A ação militar de Israel se dá após ataques do Hamas, grupo terrorista que controla Gaza, matarem 1,2 mil pessoas em outubro de 2023. A ONU acusa Israel de cometer crimes de guerra contra os palestino. Segundo dados do governo do Hamas, ao menos 35 mil pessoas morreram nos ataques de Israel, entre elas, crianças e mulheres.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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