Governo Lula inicia troca de cargos após derrota da MP do IOF
As substituições atingem quadros ligados ao presidente do Partido Progressistas (PP), o senador Ciro Nogueira (PI), e a parlamentares do Partido Social Democrático (PSD), sigla liderada por Gilberto Kassab
O Governo Lula começou a promover um conjunto de exonerações de indicados por partidos do chamado Centrão em posições de segundo escalão, de acordo com o g1. A movimentação ocorre após o Executivo sofrer um revés na Câmara dos Deputados, onde foi rejeitada a Medida Provisória (MP) que visava substituir um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Segundo o g1, as substituições atingem quadros ligados ao presidente do Partido Progressistas (PP), o senador Ciro Nogueira (PI), e a parlamentares do Partido Social Democrático (PSD), sigla liderada por Gilberto Kassab. Nomes ligados ao União Brasil e ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) também estão na lista de desligamentos.
Datafolha: 74% da população brasileira se identifica como petistas ou bolsonaristas
Um casal se aposenta antes dos 40 anos, em parte graças à "gamificação": não ligam o aquecimento no inverno e nunca carregam o smartphone em casa
Jovem foi demitido do seu "emprego dos sonhos" na PwC: ele trabalhava 80 horas por semana criando agentes de IA que substituíram pessoas
A decisão é entendida como uma reação do governo Lula ao grupo político, que teria agido contra a aprovação da MP. De acordo com fontes governistas, o movimento do Centrão representou o rompimento de um compromisso que asseguraria a votação favorável do texto.
Apesar das trocas, a presidência da Caixa Econômica Federal, cargo indicado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), não será alterada. O presidente da Câmara se ausentou da votação da Medida Provisória.
A iniciativa de promover um "pente-fino" nas indicações do Centrão foi levada ao presidente Lula pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, nos últimos dias. O presidente concedeu sinal verde para o que se configura como uma medida de retaliação no governo.
As exonerações foram registradas em órgãos de destaque na estrutura federal, como:
- Caixa Econômica Federal;
- Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf);
- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan);
- Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit);
- Superintendências do Ministério da Agricultura.
Entre os nomes desligados, está Lena Carolina Brandão, que era superintendente do Iphan no Maranhão e é irmã do líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas (União-MA). Outro exonerado é Harley Xavier Nascimento, indicado pelo deputado Arthur Maia (União-BA) para a superintendência da Codevasf em Bom Jesus da Lapa.
O deputado Arthur Maia utilizou as redes sociais para divulgar um vídeo em que elogia a atuação de Harley, destacando que ele ocupava o posto há nove anos.
Ver essa foto no Instagram
Aliados dos deputados Pedro Lucas e Arthur Maia buscaram minimizar as demissões, argumentando que o afastamento dos quadros era uma ação que já estava no horizonte, considerando que o União Brasil formalizou sua saída da base de apoio do governo Lula.
A tensão entre o Executivo e os partidos do Centrão ficou evidente na declaração do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), ao ser questionado pelo portal g1 sobre as demissões. Sabino, que enfrenta um processo disciplinar interno em seu partido por ter resistido a deixar o governo apesar do ultimato da sigla, afirmou: "não dá pra ser casado e ter vida de solteiro."
