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Futuro do agronegócio brasileiro: cinco vetores de transformação

Setor se posiciona como protagonista global em produção e sustentabilidade, impulsionado por recuperação de áreas, bioinsumos, digitalização, logística e novos modelos de financiamento

19 out 2025 - 10h21
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A demanda mundial por alimentos continua em crescimento, o que impacta diretamente o agronegócio brasileiro. Conforme dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a projeção é de que a produção alimentar precise aumentar em 60% até 2050 para suprir uma população global estimada em cerca de 10 bilhões de indivíduos. Este cenário é complexo devido aos efeitos das alterações climáticas, à diminuição de áreas disponíveis para cultivo e à limitação de recursos naturais.

O investimento em tecnologia e sustentabilidade representa uma medida essencial para garantir a capacidade de fornecimento de alimentos ao planeta no futuro
O investimento em tecnologia e sustentabilidade representa uma medida essencial para garantir a capacidade de fornecimento de alimentos ao planeta no futuro
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

Neste contexto, o Brasil assume uma posição de destaque no processo de transformação do setor. Empresas de tecnologia focadas em agricultura (agtechs) e alimentação (foodtechs) estão desenvolvendo soluções que harmonizam aumento de produtividade, práticas sustentáveis e competitividade no mercado internacional. Paralelamente, plataformas de investimento, como a Arara Seed, facilitam o acesso a recursos financeiros e estabelecem conexões entre investidores e startups do agronegócio.

A seguir, estão detalhados cinco pontos que já determinam o futuro do setor agrícola nacional:

  1. Recuperação de Pastagens como Área de Expansão O Brasil possui uma extensão de 164 milhões de hectares destinados a pastagens. Deste total, 28 milhões de hectares apresentam algum grau de degradação, conforme dados divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelo MapBiomas, um consórcio de organizações. A recuperação destas áreas é identificada como uma das principais oportunidades globais para a regeneração agrícola e ambiental. O processo tem potencial para atrair investimentos significativos e elevar a produtividade sem a necessidade de converter novas áreas de vegetação nativa, conforme aponta Henrique Galvani, CEO da startup.
  2. Crescimento no Segmento de Bioinsumos O mercado mundial de bioinsumos deve alcançar uma movimentação financeira de US$ 30 bilhões até o ano de 2030, segundo as estimativas da Markets and Markets. No Brasil, este setor registra um crescimento anual superior a 30%, beneficiado pelo desenvolvimento de agtechs com base biotecnológica e pela implementação do Programa Nacional de Bioinsumos. As soluções abrangem desde fertilizantes biológicos até defensivos biológicos, contribuindo para a redução de custos e de impactos ambientais. Galvani explica que o uso de produtos biológicos é um componente fundamental da agricultura regenerativa, pois melhora a saúde do solo, diminui a dependência de produtos químicos e aprimora a rastreabilidade. Este último ponto é crucial para o acesso a mercados internacionais com requisitos crescentes.
  3. Adoção da Agricultura Digital no Campo A utilização de drones, sensores e algoritmos de inteligência artificial já faz parte da rotina operacional nas propriedades rurais do país. A aplicação da agricultura de precisão resulta em ganhos médios de 25% na produtividade e em uma redução de até 30% no consumo de insumos, conforme uma pesquisa da Accenture. Com a chegada da tecnologia 5G ao ambiente rural e a expansão da automação robótica, a expectativa é o desenvolvimento de sistemas plenamente integrados, que permitam o monitoramento em tempo real das condições do solo, do clima e das plantas. Galvani ressalta que o uso desses dados auxilia o produtor a antecipar ocorrências de pragas, doenças e riscos climáticos, otimizando a tomada de decisões de forma precisa e sustentável.
  4. Logística e Rastreabilidade para Redução de Perdas Dados da Embrapa indicam que a perda de alimentos no Brasil atinge 10% do volume total produzido, o que representa um prejuízo anual superior a R$ 50 bilhões. Startups estão investindo em soluções como armazenagem otimizada, canais de distribuição mais curtos, uso de blockchain para assegurar a rastreabilidade e plataformas digitais para o escoamento da produção. Estas inovações têm o propósito de combater as perdas, fortalecer a segurança alimentar e agregar valor aos produtos agrícolas exportados. A rastreabilidade, uma exigência crescente da União Europeia, deve se consolidar como um diferencial competitivo nas exportações.
  5. Novos Mecanismos de Financiamento e Capital Verde O volume de crédito rural concedido ultrapassou R$ 1 trilhão em 2024, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), mas uma parcela limitada foi destinada a tecnologias de práticas regenerativas. Este fato impulsiona o surgimento de novas fontes de financiamento, como os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), que registraram um aumento de 147% em 12 meses, somando R$ 38 bilhões. Plataformas de investimento coletivo, como a Arara Seed, estabelecem conexões entre investidores e negócios de impacto no setor. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu uma consulta pública para possibilitar que plataformas de equity crowdfunding captem recursos diretamente para produtores rurais e projetos agrícolas. Essa medida visa ampliar o acesso ao mercado de capitais e estimular a inovação no campo.

Galvani conclui que o investimento em tecnologia e sustentabilidade representa uma medida essencial para garantir a capacidade de fornecimento de alimentos ao planeta no futuro. A união de recursos privados, tecnologia e foco em sustentabilidade é vista como o principal motor da próxima fase de desenvolvimento agrícola no Brasil. O agronegócio nacional está em um ponto estratégico, onde a combinação de tecnologia, capital e sustentabilidade reestrutura os métodos de produção, financiamento e exportação de alimentos. O setor se consolida como um elemento estratégico para a segurança alimentar, a economia e o equilíbrio climático global.

Perfil Brasil
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