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França pressiona Rússia por fim da violência na Síria

9 fev 2018 - 19h46
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Macron pede a Putin que intervenha junto a Assad após intensos bombardeios em redutos rebeldes terem deixado dezenas de mortos. Em telefonema, líderes concordam em cooperar na busca por uma solução para o conflito sírio.O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu nesta sexta-feira (09/02) ao homólogo russo, Vladimir Putin, que faça com que seu aliado sírio Bashar al-Assad acabe com a "insustentável degradação" da situação humanitária em Idlib e Ghouta Oriental. As regiões, controladas por rebeldes, foram alvos de intensos bombardeios nos últimos dias.

Regime sírio intensificou ataques aéreos em Ghouta Oriental
Regime sírio intensificou ataques aéreos em Ghouta Oriental
Foto: DW / Deutsche Welle

Em um telefonema, Macron e Putin concordaram em cooperar mais estreitamente na busca por uma solução para a Síria. Segundo um comunicado da presidência francesa, Macron ainda manifestou a Putin sua preocupação com os relatos sobre o suposto uso de armas químicas contra civis pelo regime sírio nas últimas semanas. Damasco nega possuir esse tipo armamento.

Em maio de 2017, durante uma visita de Putin a Paris, Macron advertiu que qualquer utilização de armas químicas na Síria desencadearia uma "retaliação imediata" da França.

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Sobre o futuro da Síria, Macron sublinhou a Putin que é "indispensável ultrapassar os bloqueios nas negociações de paz e lançar nas próximas semanas um processo político credível", sob respaldo da ONU, para que o país volte a ser estável e unido.

Em comunicado, Paris afirmou que os países manterão contato em busca de uma solução sobre a crise na Síria, mas evitou mencionar as reuniões em Sochi, que visam o fim do conflito no país e são coordenadas por Moscou ao lado da Turquia.

O Kremlin também confirmou que os presidentes conversaram sobre o processo de paz na Síria.

Bombardeios em redutos rebeldes

Uma escalada de violência acirrou o conflito na Síria nas últimas semanas. Numa ofensiva do regime sírio, com apoio da Rússia e do Irã, os dois últimos redutos rebeldes no país seguem alvos de intensos bombardeios.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, somente nos últimos quatro dias mais de 230 pessoas morreram em Ghouta Oriental, o principal bastião rebelde próximo a Damasco, e outras 700 ficaram feridas, numa das semanas mais mortais na região desde 2015. Na província de Idlib, um bombardeio nesta sexta-feira deixou 14 mortos, afirmou a organização.

O regime sírio insiste em afirmar que seus alvos são apenas militares. Mas dezenas de civis já morreram nesses ataques. Estima-se que 350 mil pessoas vivam na região de Ghouta Oriental.

O conflito na Síria também se intensificou no enclave de Afrin, após a intervenção militar da Turquia contra as milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG), que dominam esse território na região fronteiriça.

Durante quase oito anos, a guerra na Síria já deixou centenas de milhares de mortos e obrigou 11,5 milhões de pessoas, a metade da população do país, a abandonarem suas casas.

CN/efe/afp/rtr/lusa

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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App

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