Feijoada envenenada: Mulher confessou ter matado 10 cachorros para testar 'chumbinho'
O caso da feijoada envenenada ganhou um novo capítulo, com mulher envolvida ter matado 10 cachorros para testar 'chumbinho'
O caso que envolveu a morte de Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, tomou um rumo chocante após a prisão de Ana Paula Veloso e sua cúmplice, Michele Paiva da Silva. Segundo a polícia, Ana Paula confessou ter testado o veneno em animais antes de utilizá-lo em humanos. "Ela confessa que chegou a matar 10 cachorros com esse veneno testando o método, o tempo. Ela sabia exatamente quanto tempo, a dosagem, o que ia acontecer com as pessoas que consumiam aquilo que era oferecido por ela", afirmou o delegado Halisson Ideiao, responsável pela investigação. Na casa da suspeita, foram encontrados terbufós, um agrotóxico semelhante ao chumbinho, usado para planejar o crime.
O delegado Halisson Ideiao destacou que a irmã gêmea de Ana Paula, Roberta Veloso, também teria participação no crime. "Ela participou ativamente da morte do Neil também, dando auxílio moral e material", explicou. Além disso, segundo a investigação, Michele Paiva da Silva, filha de Neil, financiou a viagem de Ana Paula de Guarulhos para o Rio de Janeiro com o objetivo de executar o plano. Ambas se encontram presas, e a polícia avalia o histórico de crimes da suspeita, caracterizando Ana Paula como uma "psicopata" e acusando-a de ter matado quatro pessoas a mando de Michele.
Exumação e novas investigações
Nesta quinta-feira (9), a Polícia Civil do Rio iniciou a exumação do corpo de Neil Corrêa da Silva no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, Zona Norte. O procedimento tem como objetivo confirmar se houve envenenamento, uma vez que o aposentado morreu horas após consumir uma feijoada e a certidão de óbito aponta como causa insuficiência respiratória, cetoacidose diabética, parada cardiorrespiratória e crise convulsiva. A investigação também aponta conexões com outros três casos de envenenamento em Guarulhos (SP), todos envolvendo Michele e Ana Paula.
Quebra de sigilo telefônico autorizada pela Justiça revelou mensagens entre Ana Paula e Michele, discutindo a possibilidade de envenenamento do pai de Michele, com quem ela tinha desentendimentos. O delegado Renato Martins, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, afirmou que a apuração começou após denúncia de uma testemunha e envolveu troca de informações com autoridades de São Paulo. Sobre a detenção, Ana Paula negou os crimes informalmente e chorou ao ser levada à delegacia, enquanto o Ministério Público paulista formalizou a denúncia por envenenamento e homicídio.