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Tarso diz que preferiria Ana Amélia a Sartori no 2º turno

20 out 2014 - 18h39
(atualizado às 22h57)
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Em entrevista ao Terra, Tarso Genro (PT) falou sobre seus planos para o Estado, caso seja reeleito governador do Rio Grande do Sul
Em entrevista ao Terra, Tarso Genro (PT) falou sobre seus planos para o Estado, caso seja reeleito governador do Rio Grande do Sul
Foto: Liana Pithan / Terra

O candidato à reeleição para o governo do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou, nesta segunda-feira em entrevista exclusiva ao Terra que a divulgação das informações sobre o esquema de corrupção na Petrobras durante a campanha política fez parte de um movimento organizado da “alta burocracia do Estado Brasileiro”. Ainda de acordo com ele, existem corruptos em todos os partidos, inclusive os de direita, mas ponderou que são minoria entre os políticos. Enfrentando um adversário que saiu do terceiro para o primeiro lugar nas pesquisas, o petista confessa que preferia enfrentar Ana Amélia (PP) ao invés de Ivo Sartori (PMDB).

“Isso foi um movimento muito bem organizado na alta burocracia do Estado brasileiro, que fez o seguinte: tomou as informações como delação premiada, separou as informações que interessavam e que envolviam todo o universo dos partidos e dos políticos e mandou para o Supremo (Tribunal Federal), e retirou do processo as informações que não foram para o Supremo e trouxe para a primeira instância para abrir, e que atingiu, evidentemente, um conjunto de atores políticos que interessava naquele momento. Tanto é verdade que já vazou uma outra coisa, um dos principais beneficiados por esse esquema foi o próprio presidente do PSDB (Sergio Guerra, falecido no começo do ano), mas isso já apareceu em um segundo momento, quando todo o prestígio político do Estado e da Petrobras já tinham sido profundamente abalados, manipulados, através dessa jogada política jurídica e de técnica processual que expôs exclusivamente o governo da presidenta Dilma”, afirmou o candidato.

Em entrevista ao Terra, Tarso Genro (PT) falou sobre seus planos para o Estado, caso seja reeleito governador do Rio Grande do Sul
Em entrevista ao Terra, Tarso Genro (PT) falou sobre seus planos para o Estado, caso seja reeleito governador do Rio Grande do Sul
Foto: Liana Pithan / Terra

Durante a entrevista, o candidato defendeu uma reestruturação profunda dentro de seu partido, mas condenou o que considera uma campanha de destruição da legenda. “Não concordo e acho espúria essa campanha que se faz de destruição do PT, como se o PT fosse um partido de corruptos, não é verdade. Têm muitos corruptos em todos os partidos, e diga-se de passagem, são a minoria. Em todos os partidos, inclusive nos partidos de direita”, afirmou.

Na disputa de segundo turno, Tarso enfrenta José Ivo Sartori (PMDB), que aparecia em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, mas que acabou recebendo a maioria dos votos, em uma virada que não havia sido prevista pelos institutos de pesquisa. Até então, quem aparecia em primeiro lugar era a candidata do PP, a senadora Ana Amélia Lemos, que terminou em terceiro lugar na corrida de primeiro turno ao Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul. Tarso afirmou que preferia concorrer com a candidata ao invés do peemedebista.

Tarso Genro acredita que caso Petrobrás foi oportunismo:

“Não prevíamos que ela (Ana Amélia) teria uma queda tão vertiginosa. Nós queríamos ela no segundo turno... Porque ela tem posições claras, o Sartori não tem.  Ana Amélia pode ser acusada de ser uma pessoa da direta conservadora, como acho que que ela é , pode ser acusada de ter se beneficiado de exposição midiática para construir uma candidatura, mas é uma pessoa honesta, politicamente. Estou falando em termos de política, não em matéria de honra pessoal (...) E o meu adversário, eu não sei até agora qual é a sua proposta, qual é o seu programa, qual é a sua visão de futuro (...) Ele não se compromete com nenhum projeto futuro. É mais difícil debater com ele, é mais difícil debater com pessoas que ou dissimulam posições, ou não tem posição”, afirmou Tarso.

O Rio Grande do Sul nunca reelegeu um governador em sua história, mas ao mesmo tempo, Tarso foi o primeiro a conseguir se eleger no primeiro turno, como ele lembra. Entretanto, a história da reeleição pode se repetir com Sartori com vantagem nas pesquisas. Apesar disso, o petista se mostra otimista e rejeita que isso possa ser efeito de um sentimento anti-PT.

Tarso Genro (PT) foi entrevistado pelos jornalistas Daniel Favero, Flavia Bemfica e Edson Franco
Tarso Genro (PT) foi entrevistado pelos jornalistas Daniel Favero, Flavia Bemfica e Edson Franco
Foto: Liana Pithan / Terra

“O Rio Grande do Sul nunca tinha eleito um governador em primeiro turno e me elegeu, e hoje, na minha opinião, com um tempo de televisão equivalente e a capacidade de debater, um se opondo ao outro, temos uma boa oportunidade de criar uma consciência de mudança no Estado, de mudança no processo eleitoral, de mudança que está em curso aqui no Estado, e convencer o eleitorado de que a melhor oportunidade para o Rio Grande do Sul é de não interromper o projeto que está em andamento. E há essa tendência, e a gente sente nitidamente isso”, afirmou. 

Fonte: Terra
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