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'O que está em jogo não é a democracia, é a corrupção', diz Bolsonaro

Em sua última transmissão nas redes sociais antes da eleição, candidato do PSL insistiu no antipetismo; Presidenciável disse ainda que é 'escravo da Constituição'

27 out 2018 - 20h47
(atualizado às 21h47)
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O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, fez neste sábado, 27, sua última transmissão ao vivo antes da eleição. Insistindo no discurso antipetista, o deputado federal disse que "o que está em jogo não é a democracia", em referência ao que tem dito a campanha adversária, mas sim "a corrupção".

"O que está em jogo não é democracia, é a perpetuação dessa máquina podre que temos aí que vive da corrupção, para tirar de vocês atendimento médico, educação, segurança", disse o candidato, mantendo o tom do seu último programa eleitoral, divulgado ontem. "O que está em jogo é a corrupção. São os grupos que não querem sair de lá, vivem disso, vivem mamando nas tetas do Estado."

Eleitores petistas e a própria campanha de seu adversário, Fernando Haddad (PT), que adotou um caráter de frente democrática no segundo turno, vêm dizendo que o que está em jogo nesta eleição é a democracia.

Com a queda na diferença de votos válidos entre ele e Haddad, segundo as pesquisas, o candidato do PSL disse na transmissão ao vivo que a eleição não está ganha e pediu que seus eleitores conversem com outros e consigam votos. A estratégia "vira voto" tem sido amplamente utilizada na campanha de Haddad e, nesta semana, a diferença caiu de 14 pontos para 8 entre os dois.

'Sou escravo da Constituição'

Nos cerca de 20 minutos de vídeo, Bolsonaro também rebateu às críticas de que um eventual governo do PSL teria dificuldades com governabilidade. Seu partido conseguiu eleger 52 deputados neste ano, mas o presidenciável deve negociar com outras siglas para conseguir governar com o Legislativo.

"A imprensa vem dizendo por aí que não terei governabilidade se não trocar ministérios com parlamentares", diz o deputado federal, citando o artigo da Constituição que estipula como crime de responsabilidade o presidente que atentar contra o livre exercício do Congresso.

O presidenciável diz que, se trocar um ministério com um partido com o objetivo de comprar voto, qualquer um pode questioná-lo com base na Constituição. "Por isso que eu sou escravo da Constituição. A Constituição é a maior defesa que posso ter para o meu mandato", disse o parlamentar, levantando a Carta. Ele aproveitou o momento para dizer que "jamais" vai querer uma nova Assembleia Constituinte, como defendeu o seu vice, general Hamilton Mourão, em determinado momento da campanha.

Apoio de Joaquim Barbosa a Haddad 'nos surpreendeu'

Durante o vídeo, Bolsonaro disse que o apoio do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa a Haddad "surpreendeu". O ex-ministro se manifestou neste sábado nas redes sociais a favor do petista e ainda desautorizou o candidato do PSL.

Bolsonaro costuma citar que Barbosa afirmou, durante o mensalão, que ele era o único parlamentar que não fora "comprado". O ex-presidente do STF disse, no Twitter, que a Ação Penal 470 (mensalão) envolvia sobretudo líderes e presidentes de partidos e que Bolsonaro não era nenhum dos dois.

"Ele não fazia parte do processo do Mensalão. Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí."

Estadão
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